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Homo petistus: a seita em torno de Lula e sua quadrilha ideológica

Não, quando falo em “homo petistus” não estou me referindo a Jean Wyllys, mas a todos aqueles que fazem parte dessa seita ideológica erguida em torno de Lula e alimentada por “intelectuais”. Pego emprestado o título do livro de Alexander Zinoviev, Homo Sovieticus, que, aliás, resume o mesmo fenômeno. Afinal, os petistas não inventaram a roda comunista; eles apenas a copiaram em terras tupiniquins.

A característica principal dessa gente é abandonar, logo na entrada do Inferno, toda e qualquer esperança de pensamento racional e de ética na vida. A ética, como a conhecemos, é vista por eles como uma “afetação burguesa”, e mentir se torna um estilo necessário de vida, automático, tal como respirar. A lógica não faz mais parte de seu cotidiano, a menos que seja uma única lógica: aquela de avançar no projeto totalitário de poder.

Zinoviev retrata bem como o espião soviético deveria se adaptar no Ocidente para causar o máximo de estrago possível. Sinceridade é uma palavra que não fazia sentido algum para os revolucionários soviéticos. Sua “consciência ideológica” não deixava espaço para tal conceito “bobo”. Em sua “dialética”, ele pode se convencer de que está sempre sendo sincero a alguma coisa, a alguma ideia, quando está simplesmente mentindo.

“Então se ele está pronto para mudar sua sinceridade em outra forma um minuto após outro, isso não é um sinal de insinceridade”, explica o autor. Eles foram treinados desde a infância não a enganar os outros, mas a levá-los à confusão falando meias verdades. Detectores de mentiras seriam inócuos diante dessa estratégia. Como cobras corais falsas, eles agem como se fossem verdadeiros, enganando melhor os adversários. Eles são capazes de acreditar na própria mentira.

Seus atos não são guiados por valores morais. Princípios não fazem parte de suas cartilhas. Eles são intelectual e psicologicamente elásticos, plásticos, adaptativos. Adotam o famoso duplipensar orwelliano, o duplo padrão, e falam coisas deliberadamente contraditórias, confusas, pois quando ninguém mais consegue entender o que é verdade ou mentira, quando a confusão é geral, eis quando fica mais fácil empurra-los para a direção desejada.

É somente quando entendemos essas questões básicas sobre um típico homo sovieticus ou petistus que conseguimos compreender uma notícia como essa:

A prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 7 deste mês, pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá (SP), não alterou a preferência do brasileiro por seu partido, o PT.

Segundo pesquisa Datafolha realizada de 11 a 13 de abril, 20% dos entrevistados têm simpatia pelo partido -em janeiro, eram 19%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os demais partidos registram índices bem menores. Em segundo lugar aparece o MDB, citado por 4% dos entrevistados; depois vêm PSDB (3%) e PDT e PSOL (1% cada um). As demais siglas não pontuaram.

Desde 1989 o Datafolha realiza esse modelo de pesquisa. O maior grupo de entrevistados sempre declarou não ter preferência partidária. Nesta última sondagem, 62% deram essa resposta -eram 64% em janeiro deste ano.

O PT é o partido preferido dos brasileiros desde 1999. Teve seu melhor desempenho em março de 2013, quando foi mencionado por 29% dos entrevistados.

Nos anos seguintes, com os escândalos de corrupção nos governos petistas revelados pela Lava Jato, a simpatia pelo partido desabou.

O pior resultado nesse período veio em dezembro de 2016, após o impeachment de Dilma Rousseff, quando o partido teve 9% das menções.

Ainda assim, foi a agremiação com mais simpatizantes (MDB e PSDB, em segundo lugar, tinham 4% cada um).

Nesta pesquisa de 2016, os brasileiros sem preferência partidária chegaram a 75%, patamar mais alto de toda a série histórica do Datafolha.

A partir de 2017, o PT voltou a crescer, talvez num reflexo da impopularidade do governo Michel Temer (MDB), e o número dos que se declaram sem partido entrou em queda.

Mesmo dando enorme desconto ao fato de ser o Datafoice, parece inegável que o PT ainda seduz muita gente, apesar de tudo. São todos safados? São todos alienados, idiotas, burros, corruptos? Provavelmente. Mas sem o fator ideologia fica impossível explicar o fenômeno. Eles simplesmente não são afetados por fatos, por informações, por lógica ou argumentos racionais. Eles foram deformados pela máquina ideológica soviética, e em sua seita dialética só há uma conclusão: o PT está sempre certo e os demais são todos golpistas.

Luiz Felipe Pondé, em sua coluna desta segunda, comentou sobre o fenômeno:

O PT é uma praga mesmo. Ele quer fazer do Brasil um circo, já que perdeu a chance de fazer dele seu quintal para pobres coitados ansiosos por suas migalhas. Nascido das bases como o partido de esquerda que dominou o cenário ideológico pós-ditadura, provando que a inteligência americana estava certa quando suspeitava de um processo de hegemonia soviética ou cubana nos quadros intelectuais do país nos anos 1960 e 1970, comportou-se, uma vez no poder, como todo o resto canalha da política fisiológica brasileira.

[…] 

O PT apenas acrescentou à corrupção endêmica certo tons de populismo mesclado com a vergonha de ter um exército de intelectuais orgânicos acobertando a baixaria. Esses fiéis intelectuais, sem qualquer pudor, prestam um enorme desserviço ao país negando a óbvia relação entre as lideranças do partido e processos ilegítimos de tráfico de influência. Esse exército vergonhoso continua controlando as escolas em que seus filhos estudam, contando a história como querem, criando cursos ridículos do tipo “golpe de 2016”.

Qualquer um que conheça minimamente os “movimento revolucionários” do século 19 europeu, e que também conheça o pensamento do próprio Karl Marx (1818-1883), sabe que mentir, inventar fatos que não existem ou contá-los como bem entender fazia parte de qualquer cartilha revolucionária.

[…]

O PT é o único partido que é objeto de investigação por corrupção a contar com um exército de intelectuais, artistas, professores, diretores de audiovisual, jornalistas, sacerdotes religiosos, instituições internacionais, apoiando-o na sua cruzada de continuar nos fazendo escravos de seus esquemas de corrupção. Esse exército nega frontalmente a corrupção praticada pelo PT e destruirá toda forma de resistência a ele caso venha, de novo, a tomar o poder.

Todos aqueles, portanto, que repetem a falácia de que são todos iguais, o “argumento Janot/Dallagnol”, aderindo à narrativa de que o PT não é diferente em sua essência de um PSDB ou um PMDB, estão fazendo o jogo do inimigo, estão caindo na ladainha criada pelos próprios petistas. O PT não é igual, e não é um partido corrupto. É uma seita ideológica marxista, disposta a mentir, enganar, lutar até o último minuto por seu projeto totalitário de poder. Não há nada parecido no PMDB ou no PSDB.

Se tivermos que definir o homo tucanus, será um bicho bem diferente, cuja marca central será a pusilanimidade diante de um homo petistus. Mas os tucanos ainda são afetados pela imagem perante a sociedade, sofrem influência da “ética burguesa”, precisam parecer honestos e coerentes. Nada parecido existe no PT. Os petistas gargalham diante dessas “afetações burguesas” dos tucanos e demais. Eles aprenderam a usar isso a seu favor, com a ajuda de boa parte da imprensa, tomada por petistas que falam a mesma língua.

Como fica claro, o PT é muito pior do que os outros partidos. E quando falo do PT, estou incluindo o PSOL também, claro, que é sua linha-auxiliar. Ambos precisam ser destruídos politicamente se quisermos resgatar algum dia a moralidade e a ética.

Rodrigo Constantino

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