O petróleo continua sua sangria desatada, caindo mais quase 4% nesta segunda-feira. Os motivos atribuídos para a forte queda são a menor atividade econômica na China, o aumento da oferta com a revolução de xisto nos Estados Unidos e a decisão da OPEP de não cortar a produção no momento, algo que é do interesse da Arábia Saudita, produtor com o menor custo de extração do mundo.
Com o preço do barril do petróleo derretendo, as ações ordinárias da Petrobras atingiram a mínima do ano, e se encontram abaixo dos R$ 11. A queda livre do petróleo veio adicionar insulto à injúria, jogar mais lenha na fogueira, uma vez que a Petrobras já sofria com os escândalos de corrupção e a péssima gestão que levou seu endividamento a patamares assustadores. A estatal está sendo destruída no mercado:
Puxado pela Petrobras principalmente, mas com perdas generalizadas, o Ibovespa retornou ao patamar de 50 mil pontos. Lembrando que se trata de um nível nominal, e que a inflação no Brasil tem sido de 6,5% ao ano, a perda de valor real das principais empresas negociadas em bolsa é impressionante. Medido em dólar, o Ibovespa está muito abaixo do nível de quando Dilma assumiu o poder no começo de 2011:
O Brasil pegou uma das janelas mais favoráveis de nossa história na última década, mas não aproveitou a oportunidade. O governo foi irresponsável, gastou demais, endividou-se demais, roubou demais, abusou da intervenção arbitrária na economia, e com isso afugentou investidores e destruiu nossas estatais, além de ter prejudicado o ambiente econômico para todas as empresas. Isso com os ventos externos a favor…
Agora que mudaram de direção, que a “crise internacional” alardeada pela campanha de Dilma e inexistente até então começa a se materializar mesmo, a situação será extremamente complicada. Será preciso muito mais do que um Joaquim Levy com suas mãos de tesoura parcialmente amarradas para nos salvar. Será necessária uma mudança radical de postura da própria presidente.
Alguém acredita nisso? Então é melhor apertar os cintos, pois vem chumbo grosso aí…
Rodrigo Constantino