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Por Roberto Ellery, publicado pelo Instituto Liberal

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Ontem a Câmara aprovou mais um fundo para financiar partidos políticos sem se importar que o país vive uma de suas maiores crises e o governo está tentando fazer um ajuste fiscal que afeta educação, saúde, ciência e outras áreas importantes. Aparentemente a maioria de nossos deputados acredita que financiar campanhas caríssimas é a forma adequada de usar os recursos retirados de quem paga impostos, muitos dos quais tiveram que ajustar seus orçamentos para enfrentar a crise.

Para ajudar o pagador de impostos que também é eleitor a decidir como responder a esse verdadeiro ataque do Congresso organizei os votos de ontem por partido. A princípio nossos representantes manobraram para que não soubéssemos quem votou a favor do fundo eleitoral, mas devido a ação de alguns deputados e aspectos formais do regimento da Câmara o UOL acabou conseguindo a lista dos que foram favoráveis ao fundo (link aqui). A informação correu a internet e foi divulgada em vários outros sites, para elaborar as figuras abaixo usei a reportagem da Carta Capital (link aqui), o motivo foi a facilidade para tabular os dados. Para efeitos de análise considerei apenas os votos “sim” e “não”, ou seja, desconsiderei as abstenções dos deputados Leônidas Cristino (PDT-CE), Andres Sanchez (PT-SP) e Gilberto Nascimento (PSC-SP), o presidente do Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não votou conforme o regimento da casa.

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A figura abaixo mostras os votos sim (favoráveis ao fundo) e não (contrários ao fundo) por partidos. O partido que deu mais votos para aprovação do fundo eleitoral foi o PT (51), seguido pelo PP (29), PMDB (25), DEM (22) e PSD (14). Na outra ponta PRB, PROS, PSOL, PV, REDE, PEN e PSL não deram nenhum voto para aprovar o novo fundo para financiar partidos. Dos partidos com trinta ou mais votos o PSDB, o PR e o PSB votaram majoritariamente contra o fundo eleitoral.

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Creio que os partidos que se dizem preocupados com cortes de gastos sociais perderam uma excelente oportunidade de direcionar pelo menos R$ 1,7 bilhões para  essas áreas. Mesmo agora, depois da aprovação, é possível fazer algo, compartilho com os leitores a sugestão que fiz hoje pela manhã no Facebook:

” Partidos indignados com os cortes na ciência podem pegar a bolada que ganharam com o imoral fundo aprovado ontem e investir no setor. Façam um edital público oferecendo bolsas de R$ 2.000,00 por mês durante três anos para cientistas que realizem pesquisas em áreas que o partido considera prioritárias, o valor é maior que as bolsas do tipo oferecidas pelo CNPq. Cada bolsa terá um custo total de R$ 72.000,00, bolsa não paga impostos trabalhistas nem de renda, peguem o total de recursos que vão ganhar dividam por R$ 72.000,00 que vai dar o número de cientistas que podem ser beneficiados. Anunciem o programa como marketing institucional do partido, o TSE deve aceitar isso na prestação de contais, afinal, como sabemos, o TSE já aceitou coisas bem mais difíceis de justificar. Com alguma criatividade e boa vontade a ideia pode ser adaptada para ajudar nas áreas de saúde e educação.”

As cartas já foram dadas e parte delas reveladas, cada um que faça o que achar que deve fazer, mas depois não venha me sensibilizar com discurso que defende isso ou aquilo, pelo voto de cada partido é possível saber o que cada um defende e em que intensidade.