Por Dennis Prager *
É difícil imaginar uma postura mais imatura ou moralmente primitiva do que a de mulheres progressistas (e homens) que discutem o quanto é importante apoiar Hillary Clinton porque, como sua faculdade local diria, ela se identifica como mulher.
Um exemplo perfeito de tal pensamento foi a recente declaração feita pela ex-secretária de Estado Madeline Albright em um evento em homenagem a Clinton. Albright anunciou que “há um lugar especial no inferno” para as mulheres que não apoiam as mulheres, ou seja, neste caso, para as mulheres que não votarem em Clinton.
É importante notar que tais pensamentos imaturos são encontrados apenas na esquerda. Solidariedade racial, solidariedade étnica, solidariedade de classe e solidariedade de gênero: tudo isso importa para a esquerda, não para a direita. Quando Margaret Thatcher concorreu pela primeira vez para o cargo de primeiro-ministro britânico, ela teria se tornado a primeira do sexo feminino na história britânica no cargo. Mas os conservadores britânicos, incluindo mulheres que apoiaram ela, raramente mencionaram seu sexo, muito menos ofereceram isso como uma razão para votar nela.
Os conservadores no Reino Unido e na América votam por seus valores, não pelo sexo ou etnia dos políticos.
Depois, há todos aqueles pais que anseiam contar a suas filhas que, com a primeira mulher presidente, não há realmente nenhuma realização na vida a que elas não possam aspirar.
Mas essa mensagem é tão moralmente problemática como a de Albright.
Oferecendo Clinton como um modelo a aspirar – dada sua longa história de mentiras e a recente de vender o poder de seu cargo para enriquecer a si mesma e a seu marido – está se dizendo à sua filha que o gênero supera a decência. Como tal, isso diz muito sobre quão insignificante é o caráter para os apoiadores de Clinton.
Além disso, pondo de lado a imoralidade e a imaturidade da solidariedade de gênero, ter um presidente do sexo feminino seria tão inútil para as mulheres como ter um presidente negro foi aos negros.
Em 2008, foi repetidamente dito que a eleição de um presidente negro seria um tremendo ganho para as relações entre negros e brancos e para a vida negra em geral.
Mas as relações entre negros e brancos são piores agora do que na memória da maioria dos norte-americanos vivos – em grande parte graças ao presidente Barack Obama e sua obsessão pela raça, desde convidar várias vezes o maior demagogo racial vivo, Reverendo Al Sharpton, para a Casa Branca, até insultar a polícia de Cambridge, Massachusetts, por suas relações com um professor negro de Harvard; ou às suas intervenções incendiárias nos casos Trayvon Martin e Ferguson. Consequentemente, em vez de reconhecer que a América é o país multirracial menos racista na história do mundo, mais negros acreditam que a América é um país intrinsecamente racista hoje do que em qualquer época desde a era dos direitos civis.
Nós também fomos informados de que, com uma vitória de Obama, jovens negros iriam ver um homem negro na Casa Branca e, em seguida, modelar o seu comportamento de acordo. Mas, apesar do exemplo pessoal do presidente Obama no casamento e na dedicada paternidade, a taxa reportada de natalidade de negros fora do casamento permanece mais de 70 por cento. Além disso, as taxas de criminalidade nas áreas urbanas de Baltimore, Maryland, Chicago, Illinois e outras grandes cidades estão em alta, e os homens negros estão cometendo assassinatos e sendo assassinados em maior número do que antes da presidência de Obama.
Além disso, sob as políticas econômicas de Obama os negros têm perdido terreno em cada categoria econômica mensurável ao longo dos últimos sete anos. Mais negros estão empobrecidos hoje do que antes da era Obama.
Em outras palavras, ter um presidente negro não fez nada pelos negros. Da mesma forma, as dezenas de parlamentares negros do Congresso, o primeiro procurador-geral negro, os negros em outros cargos ministeriais e os prefeitos negros de grandes cidades não fizeram nada para melhorar a qualidade de vida dos negros.
Só a esquerda afirma que ter membros de um gênero ou grupo étnico ou racial no poder político é importante. Esta afirmação é fraudulenta. Um dos grupos étnicos de maior sucesso na história americana, o asiático-americano, praticamente não tem nenhum poder político. Isso tem por acaso prejudicado os asiático-americanos?
Então, como que ter uma mulher na Casa Branca, na verdade, vai ajudar as mulheres? A menos que você pense que colocar mais e mais mulheres dependentes do governo, em vez de seus maridos ou a si próprias, seja uma coisa boa para as mulheres, isso vai fazer para as mulheres o mesmo que os líderes negros fizeram pelos negros: mais mal do que bem.
Deixe-me terminar com um pensamento herético:
A América seria um lugar muito melhor – o que significa que haveria muito mais americanos felizes e mais decentes – se mais pais contassem para suas filhas que elas podem considerar se tornar uma grande mãe e uma grande mulher, para além, ou mesmo em detrimento de, tornar-se uma grande advogada, CEO ou presidente.
Nossa sociedade não tem falta de mulheres ou homens que desejam ser presidente tanto quanto faltam mulheres que querem ser mães e esposas, e homens que querem ser pais e maridos.
* Originalmente publicado em TownHall.com, tradução livre.
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