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Chegando ao quarto e último artigo resgatado como singela “homenagem” a Marx, que faz aniversário hoje, segue um que foi publicado no GLOBO, com “final surpreendente” (ao menos para os marxistas):

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Imperialistas arianos e racistas

‘Sem escravidão, a América do Norte, a nação mais progressista, ter-se-ia transformado em um país patriarcal. Apenas apague a América do Norte do mapa e você conseguirá anarquia, a deterioração completa do comércio e da civilização moderna.”

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“A escravidão é uma categoria econômica como qualquer outra. Portanto, possui seus dois lados. Deixemos o lado mau e falemos do lado bom da escravidão, esclarecendo que se trata da escravidão direta, a dos negros do Suriname, no Brasil, nas regiões meridionais da América do Norte. […] A escravidão valorizou as colônias, as colônias criaram o comércio universal, o comércio que é a condição da grande indústria. Por isso, a escravidão é uma categoria econômica da mais alta importância.”

“Talvez a evolução superior dos arianos e dos semitas se deva à abundância de carne e leite em sua alimentação.”

“Sendo que, comparado ao resto de nós, um nigger (crioulo) é o que há de mais perto do reino animal, ele é, sem nenhuma dúvida, o representante mais adequado para este distrito.”

“Os franceses precisam de uma surra. Se os prussianos vencerem, a centralização do poder de estado será benéfica para a centralização da classe trabalhadora alemã. A predominância germânica também deslocará o centro de gravidade do movimento dos trabalhadores na Europa ocidental, da França para Alemanha, e se apenas compararmos os movimentos nos dois países, de 1866 até agora, se verá que a classe trabalhadora alemã é superior à francesa, tanto no aspecto teórico quanto em organização.”

“A luta dos beduínos era uma luta inútil e, apesar da maneira com que soldados brutais, como Bugeaud, conduziram a guerra seja extremamente condenável, a conquista da Argélia é um fato importante e auspicioso para o progresso da civilização. […] E se talvez lamentamos que a liberdade dos beduínos do deserto tenha sido suprimida, não podemos nos esquecer de que estes mesmos beduínos eram uma nação de ladrões.”

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“Fomos espectadores da conquista do México e nos regozijamos com ela. […] É do interesse de seu próprio desenvolvimento que ele seja, no futuro, colocado sob a tutela dos Estados Unidos. É do interesse de toda a América que os Estados Unidos, graças à conquista da Califórnia, assumissem o domínio sobre o Oceano Pacífico.”

“É lamentável que a maravilhosa Califórnia tenha sido arrancada dos preguiçosos mexicanos, que não sabiam o que fazer com ela? Todas as nações impotentes devem, em última análise, ser gratas àqueles que, cumprindo necessidades históricas, as anexam a um grande império, permitindo, assim, sua participação em um desenvolvimento histórico que, de outra maneira, seria ignorado a eles. É evidente que tal resultado não poderia ser obtido sem esmagar algumas belas florzinhas. Sem violência, nada pode ser realizado na história.”

“A Inglaterra tem que cumprir uma dupla missão na Índia: uma destruidora, outra reguladora — a aniquilação da velha sociedade asiática e o lançamento das bases materiais da sociedade ocidental na Ásia.”

“Não devemos nos esquecer de que esta vida sem dignidade, estagnada e vegetativa, este tipo de existência passiva invocou, por outro lado, em contrapartida, forças de destruição selvagens, sem objetivo, sem fim, e tornou o próprio assassinato um rito religioso no hinduísmo.”

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Chega? O leitor já deve estar com o estômago embrulhado. Quem disse tais barbaridades? Hitler? Algum reacionário qualquer? Nada disso. Todas as citações são de Marx ou Engels, compiladas no livro “O marxismo e a questão racial”, do cubano Carlos Moore, um negro exilado pelas críticas de racismo feitas ao regime castrista.

O autor comprova que não se trata de afirmações fora de contexto; ao contrário: Marx e Engels defenderam em várias ocasiões esta visão imperialista ariana e racista. Era parte essencial de sua ideologia.

Ambos beberam da mesma fonte, Hegel, que disse: “O que nós propriamente entendemos por África é o Não Histórico, Não Desenvolvido Espírito, ainda envolvido na condição de mera natureza, e que foi apresentado aqui somente como soleira da História mundial.”

O problema é que nossos marxistas não leram Marx. Nelson Rodrigues, que anda sendo citado por Dilma, escreveu: “E, por todas as cartas de Marx, não há um vislumbre de amor e só o ódio, o puro ódio. Para ele, há ‘povos piolhentos’, ‘povos de suínos’, ‘povos de bandidos’, que devem ser exterminados.”

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Duro é aturar a esquerda radical acusando os liberais e conservadores de “imperialistas”, “racistas”, “fascistas” ou algo do tipo. Seria cômico, não fosse trágico…

Rodrigo Constantino