Quando a imprensa brasileira quer se informar sobre acontecimentos nos Estados Unidos, ela usa como fonte apenas veículos mainstream que pensa serem imparciais ou neutros, mas que são, na verdade, um tanto esquerdistas. São os casos da CNN, do NYT e do Washington Post, basicamente as únicas referências para nossos jornalistas.
Por isso é interessante relatar que um desses veículos cruzou o Rubicão, passou a defender abertamente o uso de violência contra “fascistas”. É o que mostra o Daily Wire, de Ben Shapiro. Para ele, não há surpresa alguma nisso, pois quem acompanha de perto a política americana sabe que era questão de tempo até algum desses veículos de imprensa romper esse limite.
É que a esquerda americana, cada vez mais radical, se enxerga como imbuída de uma correção ímpar, de uma nobre causa evidente, contra alienados na melhor das hipóteses e gente maligna na mais provável delas. Isso é o ambiente perfeito para a “tirania do bem”.
Os “liberais” se sentem tão seguros de que lutam a boa luta, contra todos os tipos de preconceito e a favor da diversidade e da tolerância, que podem agir com profundo preconceito e intolerância contra a diversidade, desde que tenha o “alvo certo”.
A violência nunca foi estranha para a esquerda radical. Ao contrário: foi o método usado sempre, pelos bolcheviques, pelos terroristas como Bill Ayers, camarada de Obama, e hoje é utilizada com frequência pelo Black Lives Matter e o Antifa. É uma violência “redentora”, que busca “reparação”, “justiça social”, e por isso há até uma beleza estética nela, segundo os intelectuais.
Mas a mídia mainstream, de forma geral, mantinha-se relativamente afastada dessa conduta, ainda que apelando para um duplo padrão de julgamento, poupando os grupos violentos de esquerda e demonizando aqueles associados (muitas vezes incorretamente) à direita. Isso acabou.
Num editorial do Washington Post aberto ao público nesta terça, N.D.B. Collins, um professor da Johns Hopkins University, fez um chamado à “ação direta” contra os nazistas. Na prática, é um chamado à violência política, em nome do bem.
Para o autor, Charlottesville mostrou que o “liberalismo” não é capaz de derrotar a “supremacia branca”; que somente a “ação direta” pode. Como a confusão ocorreu num local democrata e “liberal”, que preza a “diversidade”, Collins concluiu que soluções genéricas para o problema racial, coisas como ações afirmativas, inclusivas e liberdade de expressão, não vão mais funcionar.
De fato, elas nunca funcionaram, diz ele. Para Collins, os “liberais” precisam agir, necessitam de “pedras”. Os segregacionistas estão na Casa Branca, diz ele, no Departamento de Justiça e muitos outros “templos” americanos (aquelas instituições republicanas “desimportantes”). O papel apenas não vai tirá-los de lá, alega. É preciso começar a “jogar pedras”, fecha o autor.
Seria uma metáfora? Talvez. Mas mesmo como metáfora, como lembra o Daily Wire, “jogar pedras” quer dizer no mínimo “rioting”, ou seja, partir para as “manifestações” violentas que nos acostumamos a ver sempre que o Black Lives Matter, o Antifa e os black blocs entram em ação. Ou seja, no mínimo ele está demandando mais violência política, quiçá violência física mesmo.
Claro, alguém poderia argumentar que partir para a violência contra nazistas é aceitável. Mas cuidado! Para essa esquerda cada vez mais radical, até Bush, Mitt Romney e John McCain já foram considerados “racistas”. Não só pelos adversários democratas, mas pela própria mídia!
Ou seja, a ameaça é, no fundo, contra toda a direita, contra qualquer um mais conservador, que não reze a cartilha politicamente correta da esquerda “progressista”. O Washington Post está legitimando a violência política contra “racistas” numa época em que todos que não apoiam o Obamacare, não votam em democratas ou que votaram em Trump são considerados “racistas”.
Além do perigo dessa postura irresponsável, é preciso lembrar que esse chamado fere um valor caro aos americanos: a verdadeira tolerância. Não apenas a quem é “legal”, ou com quem estamos de acordo, mas justamente aos que representam a escória, os toscos e imbecis, desde que eles não iniciem a agressão.
Ou seja, o sujeito tem o direito de acreditar em ideologias estúpidas, no nazismo, até mesmo no socialismo, mas nem por isso devemos partir para a violência contra eles. Supremacistas brancos são podres, imorais, não muito diferentes de racistas negros que consideram todos os brancos “demônios”. Mas isso não nos dá o direito de iniciar a agressão. O Bill of Rights existe para garantir o direito até dessa gente!
Quando as pessoas passam a julgar que estão totalmente certas e que os outros são malignos, e que isso lhes dá o direito de eliminar os outros, aí já estamos num clima de guerra em que as leis desapareceram. Os “liberais” querem fazer “justiça com as próprias mãos” da mesma forma que alguns direitistas quando aplaudem o justiçamento de marginais.
Que um jornal como o Washington Post tenha publicado um editorial com esse teor, conclamando leitores a “jogar pedras” nesses “racistas”, é um perigo. E que algo assim tenha passado totalmente despercebido por todos, pela própria mídia mainstream, isso é ainda mais assustador!
Rodrigo Constantino
Vitória total de Trump impõe duro recado a Lula e à esquerda brasileira
Aliados de Lula choram vitória de Trump “Tempos difíceis”. Acompanhe o Sem Rodeios
Trump vence eleições presidenciais dos EUA; confira os resultados detalhados
Você conhece alguém desesperado com a vitória de Trump? Esta coluna é para você
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião