A inadimplência no varejo voltou a subir, após respiro em 2013. A notícia é do jornal Valor, e mostra uma tendência preocupante, principalmente quando lembramos que a taxa de desemprego ainda está em patamar bem reduzido para padrões históricos. O aumento da inadimplência tem ligação direta com o maior custo do crédito:
Entre março e abril, 1,3 milhão de brasileiros entraram para o cadastro de inadimplentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), que tem 53,8 milhões de devedores inscritos. O aumento no volume de registros foi de 2,1% frente a março e de 8,6% na comparação com abril de 2013, de acordo com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entidade que gerencia o SPC Brasil.
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No Banco Central, enquanto a inadimplência (atrasos acima de 90 dias) se mantém estável em 6,5% em relação a valores devidos desde fevereiro, os atrasos de 15 a 90 dias nos pagamentos avançam, tendo passado de 6,2% em fevereiro para 6,9% em abril.
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O endividamento das famílias segue nas máximas históricas, tendo correspondido, em março, a 45,7% da renda acumulada nos últimos 12 meses, segundo o BC. Estudo do instituto Data Popular mostra que pagar contas é uma tarefa difícil de ser executada para dois terços dos brasileiros.
Com menos dinheiro no bolso, os consumidores passaram também a atrasar o pagamento de contas de água, luz e gás. O aumento, segundo a CNDL, foi de 12,38% em abril sobre o mesmo mês de 2013. “As pessoas estão fazendo capital de giro. Deixam de pagar um ou dois meses, depois pagam para evitar o corte no fornecimento e em seguida voltam a atrasar”, diz Pellizzaro Júnior.
A renda perde fôlego junto com a economia, e o custo do excesso de dívidas começa a chegar. Ainda não é um quadro desesperador, mas é um claro sinal de alerta. Caso a economia afunde ainda mais, o nível de emprego pode sofrer, e isso teria efeito catastrófico para a inadimplência. É um cenário que demanda cautela.
Mas nada disso impediu que um irresponsável e populista Lula fizesse um apelo público ao governo Dilma para que este liberasse ainda mais crédito na economia, apenas de olho nas eleições em outubro. O ex-presidente quer dar mais do veneno que tem causado inúmeros males na economia.
Menor renda, prazos mais curtos da dívida, juros maiores: o aperto sobre as famílias endividadas é grande, o que explica em boa parte o clima de pessimismo da população. O governo do PT estimulou isso de forma irresponsável e demagógica, vendendo a ideia de que o verão duraria para sempre, e usando os bancos públicos para fomentar a acelerada expansão de crédito. O inverno chegou. É hora de pagar a fatura…
Rodrigo Constantino
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