O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA de março foi de 0,75% e ficou 0,32 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de fevereiro (0,43%). Esta foi a maior taxa para um mês de março desde março de 2015 (1,32%). A variação acumulada no ano foi de 1,51%, a maior para o período desde 2016 (2,62%). O acumulado dos últimos doze meses foi para 4,58%, contra os 3,89% nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2018, a taxa foi de 0,09%.
O resultado do IPCA de março sofreu forte influência dos grupos Alimentação e bebidas (1,37%) e Transportes (1,44%). Juntos, estes dois grupos, que representam cerca de 43% das despesas das famílias, responderam por 80% do índice do mês, com impactos de 0,34 p.p. e 0,26 p.p., respectivamente. Comunicação, com -0,22%, foi o único grupo que apresentou deflação em março.
O professor Ricardo Bergamini fez um alerta sombrio:
Cabe lembrar que o IPP (Índice de Preços ao Produtor), que nada mais é do que o IPCA futuro, teve aumento de 7,99% em doze meses até janeiro de 2019, bem como o IGPM na ordem de 8,28% em doze meses até março de 2019 e o IPCA de 4,58% em doze meses até março de 2019.
Em função da baixa atividade econômica as empresas não estão conseguindo repassar para os preços ao consumidor, e com isso descapitalizando-se e gerando falências, pedido de recuperação judicial e baixos investimentos, consequentemente baixo crescimento econômico.
Em vista do acima exposto a baixa inflação do IPCA em relação aos demais indicadores acima será uma bomba relógio que irá explodir no colo do governo Bolsonaro. Em economia não há milagres. Aguardem!
De fato, é preocupante que o índice de preços venha subindo a despeito da ausência de recuperação econômica. A atividade está praticamente estagnada, e os economistas ajustaram previsões de crescimento para baixo, por conta das incertezas com as reformas.
O Brasil continua sambando à beira de um vulcão em erupção. Não é culpa de Bolsonaro, claro, que assumiu tem apenas cem dias. Mas é bom que o presidente entenda o quanto antes que, sem recuperação da economia, sua popularidade vai se esvair ainda mais, e não adianta culpar os institutos de pesquisa, por mais enviesados que sejam.
A foto do país é alarmante. O filme, porém, pode ser positivo. Desde que o foco do governo esteja todo voltado para a aprovação das reformas econômicas da equipe de Paulo Guedes. Ou isso, ou Bolsonaro vai descobrir do jeito mais duro que o “povo”, ao contrário do que diz seu “guru”, não o ama coisa alguma, pois o que ama mesmo é ter emprego e comida na mesa.
Rodrigo Constantino
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