O governo estuda repassar para as novas concessões de aeroportos o custo com o desligamento de funcionários da Infraero que trabalham nas instalações que serão concedidas. Até agora, a empresa estatal assumiu os custos das primeiras concessões, que somam R$ 876 milhões
“Nas concessões antigas, ficamos com as despesas e a arrecadação ficou com o concessionário. Na nossa visão, foi um erro, e iremos consertar”, disse o presidente da Infraero, Antônio Claret Oliveira, em entrevista coletiva para lançar o manual de procedimentos dos aeroportos brasileiros na Olimpíada.
O governo já decidiu que a estatal ficará de fora das próximas concessões, em que serão leiloados os aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza. Nas primeiras, entrou com uma parcela de 49% em cada consórcio.
No modelo em estudo pelo governo interino, o vencedor das licitações ficaria com o custo do programa de demissão voluntária (PDV) dos funcionários, disse Oliveira.
Ele explicou que, até agora, a Infraero desligou 1.564 pessoas em um PDV que custou R$ 326 milhões – equivalente a salários e benefícios concedidos aos funcionários que aderem ao programa.
Das primeiras concessões, falta desligar 1.372, com custo estimado em R$ 450 milhões. “Já conseguimos a aprovação dos recursos e até o fim do ano devemos colocar o programa em prática”, disse o presidente da Infraero.
Não vou nem entrar aqui no mérito de se é justo ou não jogar o custo com demissões para novos concessionários, sendo que o inchaço do quadro de funcionários da empresa é claramente um retrato de sua condição de estatal. Vou apenas chamar a atenção para o custo por funcionário dessa demissão: R$ 208 mil. Isso mesmo: ao custo de R$ 326 milhões para somente 1.564 funcionários, estamos falando de mais de duzentos mil reais por pessoa. Uau!
Mas calma que piora. Como ainda falta desligar 1.372 pessoas, a um custo estimado de R$ 450 milhões, estamos falando que aqueles que ainda não foram desligados sairão a um custo de R$ 328 mil cada. A Infraero contratou o Warren Buffett para gerente, por acaso?
Isso só prova aquilo que todos os liberais já sabem faz tempo: empresas estatais se tornam cabides de emprego, palcos para corrupção e muita, muita ineficiência. Como é que alguém ainda consegue defender um estado empresário?
Rodrigo Constantino
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