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Intelectuais, popularidade e desonestidade intelectual

Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal

Intelectuais, como todos nós, não sabem tudo. Não há um ser onisciente. Podemos separar os intelectuais em vários grupos. Aqueles com os quais concordamos fundamentalmente, aqueles com os quais discordamos, aqueles que não compreendemos, aqueles que não conhecemos.

Inúmeros grupos podem ser constituídos de acordo com a nossa subjetividade. No entanto, antes disso, precisamos separar os intelectuais sob um critério objetivo que é a honestidade intelectual. Há intelectuais honestos e desonestos, há intelectuais que erram e intelectuais que não admitem seus erros.

Então eu diria que podemos separar os intelectuais entre os não sabem tudo e os que não admitem que não sabem tudo. O primeiro grupo é formado por aqueles que têm algo a nos ensinar e está disposto a aprender. O segundo não sabe a lição mais importante para um intelectual: admitir que não sabe tudo e que errar é um convite para o aprendizado.

É preferível ser honesto do que parecer onisciente. Somente os idiotas acham que alguém sabe tudo. Qualquer sujeito com um mínimo de inteligência pode identificar um desonesto intelectual. Mas não basta inteligência, é preciso também ter autoestima, acreditar na própria mente para estar apto ao questionamento. Muitas vezes, nem é preciso conhecimento específico a respeito de um tema; uma dose de ceticismo com lógica é capaz de encontrar a falsidade naquilo que nos é dito como se fosse verdade.

A popularidade pode ser resultado da sabedoria individual, mas também pode ser um sintoma que indica que quem nos faz popular sofre de algum mal. Baixa autoestima, carência afetiva, entre outros problemas levam as pessoas à idolatria. Nada pode ser mais nocivo à própria mente do que idolatrar alguém, ainda mais sendo esse um desonesto intelectual. Idolatrar desonestos intelectuais é um ato de rendição da mente, é uma derrota da qual não temos noção do que estamos fazendo com o próprio eu. Idolatrar quem é desonesto intelectual é crime do qual somos vítimas e ao mesmo tempo cúmplices: estamos sendo desonestos intelectuais com a gente mesmo.

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