Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Quando ocorreu a queda da Bolsa de Nova Iorque em 1929, se encerrava um ciclo de prosperidade nos Estados Unidos que durou por todo governo ultraliberal de Calvin Coolidge, iniciado em 1923 e encerrado em 4 de março de 1929.
Calvin Coolidge promoveu uma política de redução de gastos, impostos e regulação na esfera federal que permitiu aos Estados Unidos, através da livre iniciativa, desenvolver-se ao ponto daqueles anos se chamarem, “Roaring Twenties ” ou na sua versão em português, “Anos Loucos”.
O fenômeno financeiro da queda da Bolsa, anunciava que correções precisavam ser feitas, já que não há ciclo econômico onde o valor dos ativos se mantenham em ascensão permanente.
A percepção do mercado era de que deveria haver ajustes para baixo nos preços da economia, desde o valor das ações, bem como dos produtos e serviços, inclusive dos salários.
Na contramão das expectativas do mercado, imaginando ser possível adotar medidas anticíclicas que protegessem a renda dos trabalhadores e a arrecadação de impostos do governo, o presidente recém-empossado Herbert Hoover resolveu adotar medidas que, diferentemente da sua vontade, acabaram agravando a crise.
Hoover resolveu aumentar os impostos para enfrentar a queda na captação de impostos, resolveu reduzir a oferta monetária para evitar um processo inflacionário e, de olho na próxima eleição, decidiu impedir que os industriais, comerciantes e banqueiros reduzissem os salários de seus empregados.
O resultado não podia ser mais óbvio, falências e demissões em massa jogaram a economia americana na lona, arrastando com ela os mercados do resto do mundo.
Com a situação econômica e financeira em frangalhos, em vez do governo americano deixar que o próprio mercado sarasse as feridas da crise e recuperasse a saúde naturalmente, quem sucedeu Hoover resolveu intervir ainda mais no mercado criando inflação, mais impostos e gastos, porque entendia que assim recuperaria a economia.
O resultado é que a recessão, que poderia ter sido de curta duração, acabou perdurando por quase uma década, desembocando ainda na Segunda Guerra Mundial.
O responsável por esse período doloroso da história econômica americana foi Franklin Delano Roosevelt, político democrata que nacionalizou e socializou vários serviços antes prestados pela iniciativa privada.
O programa intervencionista que agigantou o governo federal dos EUA e criou o estado de bem estar social, se chamava New Deal.
Passados quase 90 anos daquela experiência, surge na política americana a deputada federal do partido democrata, socialista empedernida, Alexandria Ocasio-Cortez com uma proposta de matar de inveja o mais radical dos coletivistas estatistas, para a qual dá o nome de “Green New Deal”, em alusão ao plano do presidente Franklin Delano Roosevelt.
Comparado com o New Deal original, a nova versão, concebida pela nova-iorquina do Bronx, de origem porto-riquenha, é um atentado fatal contra o que resta de capitalismo nos Estados Unidos da América.
O que o New Deal de Roosevelt não conseguiu relativizar em termos de livre iniciativa e propriedade privada, o Green New Deal de Ocasio-Cortez acabará por extinguir totalmente.
O que essa moça deseja é acabar com a civilização como conhecemos, impondo coercitivamente através do uso da força monopolizado pelo governo, leis que obrigam a sociedade americana a abrir mão de bens e serviços indispensáveis.
Algumas das insanidades previstas no projeto de lei que a socialista maluquinha deseja implantar é de deixar gente como Luciana Genro, Jandira Feghali ou Gleisi Hoffman com inveja.
Segue a lista das maluquices:
– Banir qualquer tipo de energia fóssil, não apenas o petróleo mas também o gás natural mesmo sendo das mais baratas formas de energia disponíveis e responsável pela redução da emissão de carbono nos EUA.
– Eliminar as plantas de energia nuclear que além de serem das mais limpas formas de geração de energia representam 20% da oferta de energia nos EUA.
– Transformar toda a frota de veículos, carros, caminhões e barcos movidos por motores a combustão para motores elétricos.
– Recondicionar cada construção, edifícios, armazéns, casas, o que for, para se tornarem energeticamente autossuficientes.
– Substituir as viagens aéreas por trens de alta velocidade que já se sabe há um bom tempo serem serviços altamente deficitários.
– Criar empregos estatais para todos os americanos que receberão salário suficiente para sustentar uma família e ainda atender as demandas quando ocorrer problemas de saúde, saídas de férias e aposentadoria.
– Educação vitalícia e gratuita para todos.
– O governo proverá alimentação saudável para todos.
– O governo proverá também cada americano com uma casa protegida, sustentável e adequada.
– O governo proverá segurança econômica para cada americano.
– Finalmente, para evitar a emissão de gases que provocam o efeito estufa, além de banir aviões, carros, etc. Banir o consumo de carne para evitar que as vacas emitam gases é uma possibilidade.
A lista de insanidades é um resumo feito por David Harsany, Senior Editor do The Federalist.
Faço a citação porque eu jamais perderia o meu tempo lendo uma peça legislativa de uma socialista como essa.
Se você está interessado nos detalhes do que propõe Alexandria Ocasio-Cortez – be my guest – e perca o seu próprio tempo.
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