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Não dá para ver com aprovação quem se julga no direito de invadir a Câmara e impor no grito seu ponto de vista. Não importa que defendam Sergio Moro nas palavras: o agridem com os atos. Nada entendem de estado democrático de direito, de civilidade, de respeito às regras do jogo.

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Por mais que não nos sintamos representados pelos governantes, eles foram eleitos, e as mudanças devem vir de dentro do sistema, sob pressão de fora, que seja, por meio de manifestações civilizadas. Querer levar no grito, ganhar na intimidação, na violência, isso é inaceitável. Vejam as imagens da barbárie, da anarquia:

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Essa gente que pede “intervenção militar” dessa forma demonstra seu completo desrespeito ao jogo democrático, e acabam fazendo o mesmo papel sujo dos arruaceiros do lado de lá, dos black blocs, dos “ocupantes”. É a “direita” mostrando equivalência moral à esquerda. Francisco Razzo comentou:

Quem invade escola motivado por ideologias socialistas e falando em “revolução” não é moralmente diferente de quem invade a câmara dos deputados pedindo intervenção militar. A única diferença está nos jornalistas que chamam o primeiro tipo de manifestação de “ocupação” e o segundo de “invasão”.

Exato. Ambos devem ser condenados. Não devemos tomar partido pelos fins apenas, mas também pelos meios. E esses são incompatíveis com a democracia, com a civilização, com o estado de direito. Arruaceiros jamais serão defendidos por liberais clássicos e conservadores de boa estirpe.

O Brasil vive tempos sombrios, de crise econômica, institucional e moral. Infelizmente, esse ambiente de baderna, de anarquia, tem predominado. Espera-se que seja possível salvar a democracia. Pois os riscos estão mesmo evidentes, de um lado e do outro. Lastimável essa cena.

Compreendo muito bem os motivos para a revolta, a descrença nas instituições, mas não posso concordar com tais métodos, que não vão resolver absolutamente nada.

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Rodrigo Constantino