Qual a sua visão, estimado leitor, dos assentamentos do MST? Dependendo da inclinação ideológica ou do apreço pelos fatos, a visão oscilará entre verdadeiras “favelas rurais” abandonadas, incapazes de manter sequer a autossuficiência e dependentes dos subsídios estatais, e lindas comunidades felizes com escolas para crianças e verduras fresquinhas para o consumo local.
O que o leitor provavelmente não terá como visão é um grupo de camponeses fazendo especulação imobiliária e amealhando boas quantias com a venda de “suas” terras, não é mesmo? Pois é exatamente o que tem acontecido. O encarecimento das terras tem mexido com a ganância dos revolucionários socialistas, que têm vendido por até R$ 500 mil lotes para empresários do agronegócio, demonizado pelo MST:
No assentamento Primavera, em Andradina, interior paulista, berço do MST em São Paulo e o único do País em que o governo federal entregou a totalidade dos títulos de propriedade definitiva, o processo de transferência ganhou ritmo preocupante.
“Metade dos assentados já vendeu os lotes”, diz o geógrafo Eduardo Girardi, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), estudioso da questão agrária.
Resultado de uma invasão ocorrida no início dos anos de 1980, o caso de Primavera é emblemático. Com 3.676 hectares, divididas em 210 lotes – onde vivem cerca de 870 pessoas que dependem da agricultura – o assentamento está sendo afetado pelas leis de mercado.
Pois é: malditas leis de mercado! Quando se dá a liberdade de escolha e deixa o indivíduo decidir, ele acaba optando pelo que é melhor para ele. E certamente as leis de mercado funcionam para alocar os recursos escassos nas mãos mais produtivas, pois conseguem obter resultados mais rentáveis.
Isso só é terrível na cabeça de quem não entende como o mercado funciona, ou de quem deseja manter o status quo ineficiente porque dele se beneficia. O dirigente do MST teme tais vendas, pois elas desmoralizam o movimento, não porque prejudicam essas famílias vendedoras.
O MST está disposto a sacrificar tais famílias para manter sua “reforma agrária” fracassada. E está disposto a berrar, gritar e “invadir” Brasília com 20 mil militantes para ter o que é seu por imposição. Quem não chora não mama.
O MST adora mamar nas tetas estatais. Produção que é bom? Isso deixam com o agronegócio mesmo, o “demônio capitalista” responsável por mais de R$ 100 bilhões de exportações para o país.
Rodrigo Constantino
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