O Brasil parece, finalmente, estar caindo na graça do investidor estrangeiro, mas as reformas do governo ainda são essenciais para que este interesse continue por muito tempo. Esta é a visão de Mohamed El-Erian, principal assessor
econômico da Allianz e ex-presidente da Pimco, que falou nesta quarta-feira (5) durante evento em São Paulo.
Segundo ele, há muitos investidores de olho no Brasil e atento não só às reformas do governo, mas também ao que ocorrerá nas eleições de 2018. “Investidores estrangeiros estão voltando a cair de amores pelo Brasil, as reformas são necessárias para esse amor durar”, disse o gestor, segundo informações da Bloomberg.
El-Erian reforçou ainda que o País depende do desempenho da economia global e caso ela tenha um bom desempenho, o Brasil será “inundado de recursos” se fizer “o que tem que fazer”. Em sua avaliação, porém, as reformas locais já foram identificadas, mas as mudanças de fato ainda são pequenas.
O executivo reforçou que tem acompanhado o Brasil de perto há muito tempo e que quem acompanha o País apenas no papel, irá “superestimar a capacidade de crescimento toda vez”. “A economia brasileira tem muito potencial, se estiver no
caminho certo”, disse El-Erian.
Apesar de se mostrar insatisfeito com o ritmo de crescimento do país, o gestor afirma que é um otimista com o Brasil. “Os investidores ficam bravos com o Brasil, mas nunca vão embora”, afirmou.
Potencial a gente sabe que o Brasil tem. Afinal, são tantos anos de incompetência, corrupção, ideologia equivocada, tudo criando uma gigantesca barreira ao empreendedorismo, que basta retirar alguns obstáculos para o bicho decolar. Mas a questão é essa: vão ser retirados os obstáculos?
Aí é que entra a necessidade das reformas básicas. O governo de transição coloca em pauta medidas urgentes, muito aquém do que realmente precisamos, mas que apontam ao menos na direção certa. É um começo. Se elas forem aprovadas, e em 2018 o resultado da eleição corroborar essa guinada mais à direita, aí nossa economia pode deslanchar mesmo. Mas são alguns “se” importantes.
Pois se a esquerda vencer, se o Congresso recuar, se as reformas não passarem, e se em 2018 vencer algum maluco, aí, meus caros, a coisa afunda de vez!
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Rodrigo Constantino
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