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Israel: transformando antiga lixeira em maior central de reciclagem do mundo e inovando no transporte inteligente
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Por ALEF News

Israel transforma antiga lixeira em maior central de reciclagem do mundo

Há alguns anos, a cidade de Tel Aviv, em Israel, era responsável por uma enorme lixeira a céu aberto, conhecida como “Montanha de Lixo“. O espaço chegou a abrigar 25 milhões de toneladas de lixo em seus 800 metros de comprimento. Quando o local estava prestes a colapsar, a população entrou em jogo e pressionou as autoridades a mudar essa realidade. Assim surgiu o maior parque de reciclagem do mundo, com o objetivo de transformar o lixo em algo belo.

Diariamente o local convive com o desafio de transformar 3 mil toneladas de resíduos domésticos, 1,5 mil toneladas de materiais de construção e 250 toneladas de outros resíduos em itens produtivos, como combustível, fertilizante, eletricidade, água e até mesmo peças de mobiliário para o jardim. O projeto do parque de reciclagem foi criado por Peter Latz e, embora ainda não esteja terminado, deverá ter o triplo do tamanho do Central Park, em Nova York. Para que a terra do local pudesse se recuperar após 47 anos de acúmulo de lixo, o projeto incluiu uma camada de bioplástico que evitava que o metano escapasse debaixo da terra. Com isso, a fauna e a flora do local poderiam ter novamente o seu espaço.

Israel: inovando no transporte inteligente

A compra do Waze pelo Google não é a única história de sucesso quando se trata de algo relacionado direta ou indiretamente ao segmento de transporte em Israel. A Mobileye, que fabrica sistemas de segurança que identificam quando um veículo sai de sua pista ou se aproxima muito de veículos ou pedestres, foi vendida para a Intel por US$ 15 bilhões. O aplicativo de transporte público Moovit acumulou 50 milhões de usuários em 1.200 cidades do mundo. Esses números atraíram a atenção de alguns dos maiores fabricantes de automóveis do mundo, e a BMW é agora um investidor da empresa. Já o aplicativo para chamada de táxis Gett, obteve um investimento de US$ 300 milhões da Volkswagen em maio passado.

Por sua vez, a startup israelense Valens desenvolveu um chip para a transferência e processamento de grandes quantidades de dados em alta velocidade no carro inteligente, e está colaborando com a montadora alemã Daimler. Além disso, a General Motors opera uma planta de P & D em Israel desde 2008, e agora emprega 250 pesquisadores. A Daimler está atualmente abrindo seu próprio centro de pesquisa em Israel, enquanto a Renault está planejando uma iniciativa similar.

Todos esses exemplos, e muito mais, inclusive citados em um relatório abrangente e recente preparado pela consultoria alemã Roland Berger, mostram o enorme potencial de Israel nestes setores correlatos: automotivo, mobilidade e transporte inteligente. O Plano Nacional de Israel para o Desenvolvimento de Transporte Inteligente incluirá na primeira fase a formação de uma equipe liderada pelo diretor-geral do Gabinete do Primeiro Ministro, pelo diretor geral do Ministério de Transportes e Segurança Rodoviária, e será encarregado de formular uma política que transformará Israel em uma superpotência de transporte inteligente.

O plano tem seis pontos-chave: a alocação de território físico para a experimentação em transporte; tornar acessíveis todos os bancos de dados governamentais de transporte para aqueles que desejam desenvolver soluções tecnológicas; promover a cooperação entre a indústria e a academia – essencialmente, criando um MIT israelense que reunirá departamentos como geografia, engenharia, arquitetura, planejamento urbano com o Escritório do Cientista Chefe para avançar ideias tecnológicas no campo do transporte; alterar o regulamento do país para permitir a realização de experiências e desenvolvimentos em Israel, adaptando as leis e normas, como, por exemplo, conduzir sem as duas mãos ao volante; apoio a novos desenvolvimentos e programas-piloto; mapeamento abrangente de cada estrada, estacionamento, lote, interseção e conjunto de semáforos em Israel. O plano exigirá, inicialmente, o referido investimento de 250 milhões de shekels, o equivalente a aproximadamente US$ 68 milhões.

O transporte inteligente é uma “tecnologia disruptiva” – uma indústria que cria novos mercados com suas tecnologias inovadoras. Não há dúvida de que a tecnologia de transporte inteligente vai mudar fundamentalmente o modelo de negócios de todos os fabricantes de automóveis, todos os operadores de transporte público e todos os ministérios do transporte em todo o mundo. E Israel está se posicionando na vanguarda deste cenário, pelos seguintes motivos: tecnologias disruptivas exigem o “pensar fora da caixa”, demandam pensamentos e ideias não convencionais. E isso a nação das startups tem de sobra. Este tipo de processo de pensamento abrange ideias como semáforos que mudam dependendo do estado do tráfego; ônibus que pulam paradas em pontos com base no número de pessoas esperando em cada um; ônibus que pegam passageiros de suas casas em ordem; automóveis que se comunicam entre si para fins de segurança ou de gestão do tráfego; garagens ou estacionamentos onde os carros se auto estacionam; carros que travam de forma independente para evitar um acidente; e até, quem sabe, embora não antes de 2030, uma transição para carros sem motorista.

O mundo dos veículos autônomos também será um mundo de apenas carros elétricos, com baterias que se recarregam em meros segundos. A previsão das pressões de tráfego será uma parte fundamental destes avançados sistemas de transporte, bem como o desenvolvimento de fontes de energia alternativas. As montadoras tradicionais serão atingidas por essas mudanças tecnológicas. Elas vão ver o conceito de carro como até então o conhecemos, perder o prestígio e sua marca perder a importância que tem atualmente. Na era do veículo sem motorista, muito menos carros serão produzidos porque estes terão uma vida útil muito mais longa; e a concorrência feroz dos preços pode ser esperada entre fabricantes.

Países que estão na vanguarda deste desenvolvimento tecnológico e que adaptam os seus sistemas de transporte às tecnologias necessárias podem colher grandes benefícios deste mercado tão promissor e lucrativo (em 2030, o faturamento deve atingir entre US$ 7,8 trilhões e US$ 9,4 trilhões, com lucros totais de US$ 57,5 bilhões). Israel está em um ótimo ponto de partida para lucrar com a mudança. O país não tem montadoras que podem se prejudicar. Ao mesmo tempo, é líder tecnológico em eletro-óptica, big-data e previsão, e também um líder na transição para veículos elétricos. Israel já tem mais de 500 startups trabalhando no setor. Ao todo, existem cerca de 2.000 empreendedores e cerca de 200 pesquisas e estudos focados em áreas ligadas ao transporte inteligente atualmente em Israel.

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