Muita gente ficou decepcionada com o apresentador Jô Soares após a patética “entrevista” com a presidente Dilma, já comentada por mim aqui (o texto foi curtido por quase 60 mil pessoas revoltadas com o cinismo do humorista). Vários viram um novo Jô, mas discordo: creio que viram, talvez pela primeira vez, o verdadeiro Jô. Sua máscara caiu, apenas isso.
Jô tem um histórico de defesa de coisas que não prestam, e tinha em Max Nunes um guru comunista. Jô deve ter milhões de motivos para defender Dilma de forma tão escancarada, como muitos têm apontado nas redes sociais, citando suas obras na fila de espera para benefício da Lei Rouanet. Mas não seria nenhum esforço para Jô defender o governo Dilma, mesmo de graça. Afinal, o homem já defendeu até Fidel Castro:
httpv://youtu.be/88s0TwsqJ4U
Que vergonha! Jô Soares tem uma profunda admiração por Fidel Castro, por sua luta! Qual mesmo? Ah, sim: Fidel foi o responsável pela morte direta e indireta de milhares de inocentes, acusados do “crime” de não defender o socialismo. Trouxe apenas miséria e escravidão para os mais de 11 milhões de cubanos, tratados como gado bovino do senhor feudal. E Jô tem “profunda admiração” por essa figura!
Depois ainda tenta desviar, quando Ives Gandra esfrega alguns fatos em sua cara de pau, alegando que não fala do sistema, mas do carisma de Fidel. Ora, se Hitler fosse carismático – e para muitos, era – então Jô iria tecer loas ao tirano? Se Stalin fosse carismático – e muitos achavam que era, inclusive com pinta de tiozão legal – então Jô iria aplaudir essa característica do açougueiro? Que piada de mau gosto, Jô!
Agora vejam: tentando se defender do papelão que fez ao atuar como marqueteiro de Dilma, Jô disse ser um anarquista, ao menos do ponto de vista intelectual: “Eu acho graça. Tudo depende de quem estou entrevistando. Repito: se entrevisto um tucano, sou petista. Se entrevisto um petista, sou tucano. É o mesmo equilíbrio que a Folha tem. O artista não pode ter uma posição política no sentido intelectual. Tem que ser anarquista. Intelectualmente, eu sou anarquista”.
Talvez seja o mesmo “equilíbrio” da Folha mesmo, que para cada Reinaldo Azevedo (da direita moderada), tem uns cinco esquerdistas radicais, como Boulos, Safatle, Clovis Rossi e companhia, vistos como “moderados”. Jô é o primeiro “anarquista” da história que admira um ditador como Fidel Castro e mama em tetas estatais, de olho na Lei Rouanet. Imagina só se ele fosse defensor do estado grande e intervencionista!
Rodrigo Constantino