Por Bourdin Burke, publicado pelo Instituto Liberal
Ela é uma jornalista que combate vorazmente esta Esquerda doentia que há décadas tomou de assalto (literalmente) o Brasil e suas instituições; veio a ser demitida do veículo de comunicação reconhecido, até então, como um bastião da luta contra o PT e tudo o que ele representa; deu a volta por cima alcançando níveis inacreditáveis de audiência em sua fanpage no Facebook; então, no dia 14/09/2016, William Bonner repete suas palavras (e do Procurador Dalton Dalagnoll), as mesmas que custaram sua demissão, em pleno Jornal Nacional. Parece uma história de conto de fadas, mas é apenas a trajetória da jornalista Joice Hasselmann nos últimos anos. Esta história poderia facilmente virar um livro, mas isso é tarefa para ela mesma empreender. Eu posso, todavia, escrever este artigo rendendo-lhe homenagens e agradecendo por sua epopeia no mundo do jornalismo político – sim, pois foram comunicadores como ela que abriram os olhos da população que, logo depois, viria a pedir o Impeachment de Dilma e a prisão de Lula.
Logo que chegou na Veja.com, Joice criou a TVEJA, área do website onde era possível acessar vídeos nos quais ela trazia notícias e entrevistava convidados. A iniciativa foi sucesso absoluto, a tal ponto que até hoje a ferramenta é mantida pela revista digital. Foi em um desses vídeos (um quadro chamado “salto agulha”) que ela teria “passado dos limites”, quando afirmou que Lula e Dilma formavam a dupla que havia roubado o futuro da nação. Enfatizou, ainda, que Luiz Inácio era “um corrupto dos piores, que comandou o saque ao Brasil”. Qual não foi sua surpresa quando soube que aquele seria seu último editorial eletrônico naquela empresa. Pegar pesado com quem pegou pesado com nosso povo pareceu inaceitável aos olhos de quem, aparentemente, estava mais interessado em obter pesados anúncios publicitários de estatais e de empresas criadas a custo de muito empréstimo do BNDES – o mais puro capitalismo de laços.
Diferente de nossa recém-despejada presidenta, Joice não vitimizou, nem alegou machismo em seu desligamento muito mal explicado, tampouco rendeu-se à patrulha ideológica que pediu sua cabeça. Seguiu batendo forte nos inimigos da coisa pública, a partir de suas próprias mídias sociais. Criou umcanal no Youtube que cresceu de forma meteórica, ultrapassando, em poucos meses, os 300.000 inscritos. De lambuja, ainda escreveu um livro sobre a vida do Juiz Sérgio Moro que figura entre os mais vendidos no país. Bem diferente de uns e outros por aí, que se vitimam até hoje (e engariam votos em eleições) alegando perseguições sofridas durante o regime militar, mas dão pulinhos de alegria diante de um episódio de censura como o narrado. Aliás, postura bem condizente com aqueles que querem, a todo custo, implantar a “regulação da mídia”.
No sucesso de Joice, nota-se a presença indefectível da mão invisível do mercado: em busca de seus próprios interesses – ou seja, tentando reerguer e alavancar a própria carreira –, ela nos brindou com informações privilegiadas, análises precisas e previsões acertadas. Ou seja, ”apesar da inexistência de uma entidade coordenadora do interesse comunal, a interação dos indivíduos parece resultar numa determinada ordem”, como bem ensinou Adam Smith em “A Riqueza das Nações”. Espia aí, Britânico!
Eis que chega o dia da redenção: o próprio Ministério Público Federal, em uma peça jurídica que já está na História do Brasil (não na História ensinada pelo Ministério da Educação em nossas escolas, é verdade), carimba tudo aquilo que Joice já havia asseverado há mais de um ano. O país aprende, em horário nobre e pela TV aberta, que Lula foi o artífice do esquema que dilapidou o dinheiro dos pagadores de impostos como nunca antes. Quem sabe o Procurador e a produção da Globo tivessem poupado trabalho se tivessem, simplesmente, reproduzido o fatídico vídeo que mudou (para melhor) a vida da Joice.
Parece-me que algumas pessoas por aí estão devendo um pedido de desculpas coletivo para nossa Cinderela – com a ressalva de que esta não precisa de fada madrinha para sacudir a poeira e mostrar a todos como se levanta do chão com classe. Nada de ficar eternamente de muxoxos e posando de “guerreira da redemocratização” injustiçada por aí – né, dona Vana? Bem melhor arregaçar as mangas, ligar a câmera do celular e trabalhar muito – inclusive participando ativamente dos movimentos de rua que tomaram conta do Brasil desde o ano passado. Convenhamos que aquele carisma todo e a dicção perfeita ajudam bastante em sua profissão, mas não é crime nenhum nascer com talento e competências que geram valor às demais pessoas – que os igualitaristas não me ouçam.
Hoje é dia de celebração para quem apostou alto e mostrou que não veio para brincadeira. Tremei, vigaristas de Brasília e demais redutos de corruptos: ela apenas começou sua saga! E já adianto que de nada servirá tentar intimidar a moça do Paraná (amarga lição já aprendida por alguns parlamentares).
Tim-tim, querida (querida mesmo, não aquela outra)…
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