Seria indelicado de minha parte meter o pau na decisão da VEJA de dispensar Joice Hasselmann, até porque fui alvo da mesma decisão recentemente, como todos sabem. A Abril deve ter seus motivos, e a decisão empresarial deve ser respeitada.
Mas não posso deixar de expressar minha preocupação. Afinal, seja por problema de dinheiro ou por pressão do governo, como alguns leitores suspeitam, o fato é que a VEJA está perdendo importantes “soldados da resistência”, e isso acende a luz de alerta.
Joice era uma apresentadora “porreta”, como dizem por aí. Conheço poucas como ela, com sua capacidade de liderar uma entrevista e fazer as perguntas difíceis, com o conhecimento teórico e a coragem de dizer o que pensa, mesmo incomodando as autoridades.
Não tenho dúvidas de que ela vai encontrar novo espaço logo, pois alguém com seu talento – e sua energia – não fica muito tempo parada, no ócio. O que está acontecendo é mais uma prova de que o Brasil precisa, com urgência, de um canal de direita, tipo uma Fox News.
Não falo apenas do ponto de vista da causa liberal; o empreendedor que perceber a demanda reprimida por esse tipo de mensagem e postura no Brasil ganhará muito dinheiro! Onde está nosso Bill O’Reilly? Onde está nosso Sean Hannity? Onde está nosso Greg Gutfeld? E, por fim, onde está nossa Megyn Kelly, a estonteante loira que coloca os convidados contra a parede cobrando deles coerência?
Eles existem, mas não têm espaço na grande imprensa. São, por exemplo, Alexandre Borges, Bruno Garschagen, eu mesmo, e Joice Hasselmann, claro! Já pensaram num programa de bate-papo com essa turma? Já pensaram em entrevistas com os “progressistas” tocadas por esse time? Seria o pânico dos que estão acostumados com as bolas levantadas por nossos típicos jornalistas. Que falta faz uma Fox News no Brasil!
Enquanto esse sonho não se realiza, fica aqui a dica para algum empreendedor ousado, para algum editor corajoso de um canal de TV: vejam o que aconteceu com a editora Record no mercado de livros com o nicho da “nova direita”. Simplesmente bombou! Vejam o que o Partido Novo conseguiu em pouco tempo nas redes sociais. A direita é órfã hoje no Brasil. Quem vai assumir a paternidade na grande mídia?
Rodrigo Constantino
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