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É um espanto! O PT já deu todas as provas de não ser um partido político, mas uma seita ideológica e uma quadrilha criminosa, mas não faltam jornalistas “sérios” dispostos a defender seu “legado”. Hoje foi a vez de Elio Gaspari, tido por muitos (esquerdistas) como imparcial, mas que sempre dá um jeito de defender a esquerda. Em sua coluna de hoje, começou usando a tática Janot/Dallagnol, que trata o PT e o PSDB como equivalentes:

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O PT teve dois presidentes denunciados por corrupção (José Dirceu e José Genoino), o PSDB também (Aécio Neves e Eduardo Azeredo). Quando estourou o escândalo do mensalão, o PT decidiu peitar a investigação e o processo, o PSDB também. Veio a Lava-Jato, e o PT resolveu continuar na tática da negativa da autoria e no enfrentamento político. O PSDB também.

Sou o primeiro a aplaudir críticas aos tucanos, mas calma lá! Quer dizer que a resistência aos avanços da Lava Jato foi igual no PT e no PSDB? Quer dizer que ambos adotaram a tática do “enfrentamento político”? Gaspari poderia nos mostrar onde estavam os tucanos nas ruas quando Aécio Neves foi colocado como réu pelo STF? Agora que Eduardo Azeredo está prestes a ser preso, há por acaso uma multidão de tucanos indo às ruas gritar “Azeredo guerreiro do povo brasileiro”?

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Gaspari diz que, sob Alckmin, o PSDB virou uma espécie de PT chique. Sim, o PSDB até demonstra ser algo assim, por sua pusilanimidade ao bater nos petistas, por sua afinidade ideológica em boa parte da cartilha socialista. Mas a acusação é injusta quando comparamos a postura de cada um deles. O escarcéu que o PT montou para defender Lula, com auxílio de seus braços criminosos do MST e da CUT, não encontra similar no universo tucano.

Mas o que realmente chama a atenção nem é a tentativa de equiparar PT e PSDB, e sim o elogio que o jornalista faz de suas ideias:

Em 2004, quando o juiz Sergio Moro escreveu um artigo comparando a Lava-Jato à Operação Mãos Limpas italiana, lembrou que dela resultou a destruição do sistema partidário italiano. Petistas e tucanos não lhe deram atenção, e hoje os dois principais partidos brasileiros estão feridos. E o MDB? Numa repetição do que aconteceu na França do Setecentos, arrisca-se assistir a um triunfo do pântano.

O colapso das propostas dos tucanos e dos petistas não fazem (sic) bem ao país. Se os dois partidos decidiram enfrentar o problema da corrupção protegendo corruptos, isso não invalida as ideias que defendem, até porque do pântano saem sapos, não ideias.

O colapso das propostas dos petistas não faz bem ao país?! De onde Elio Gaspari tirou isso? Do seu Manifesto Comunista? Que ideias petistas são essas de que o país tanto precisa? Mirar no modelo venezuelano? Inspirar-se no regime cubano? Buscar a igualdade de resultados achincalhando os ricos? O QUE, for Christ sake, o PT defende como programa que seja louvável e desejável? Será que o “imparcial” Elio Gaspari poderia nos explicar?

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Não tem jeito: essa turma vai continuar repetindo a ladainha de que “deturparam Marx”. Para Gaspari, o grande problema do PT é seu lado PMDB, é sua escorregada rumo à corrupção, e não sua nefasta ideologia. Um petista honesto e determinado a cumprir as “ideias” do partido é ainda pior e mais perigoso do que um petista safado. Mas vai fazer um jornalista simpático ao PSOL compreender isso…

Rodrigo Constantino