Ou seja, não é nada incomum que filhos e parentes de “capitalistas” (como se todos nós, que fazemos trocas voluntárias, todos os dias também não o fossemos) acabem desprezando o capital que assegura suas vidas pacatas – como bem elucidou Rodrigo Constantino em seu Best-seller A Esquerda Caviar. Não convém olvidar que Dilma Rousseff era filha de um comerciante de classe média alta, e o resultado de seu desprezo pelo trabalho do pai, que chegou ao Brasil fugindo de um regime comunista, todos nós conhecemos – e sentimos seus efeitos na pele até hoje.
Afora esse invento, Joy criou ainda diversos outros produtos, como cabides que não ocupam espaço no roupeiro, malas com compartimentos específicos para acessórios, óculos de leitura vendidos em kits, panelas feitas de material ecológico, dentre outros. Ela hoje acumula o registro de mais de 100 patentes.
Tal empreitada, no entanto, não a impediu de ser mãe e criar dois filhos, mesmo em meio a tantas dificuldades. E o mais importante: por não fazer parte de nenhum grupo “merecedor” de tratamento diferenciado da sociedade (as famigeradas minorias), ela precisou mostrar do que era capaz, mais de uma vez, sem receber privilégios estatais. Qualquer semelhança com o tratamento dispensado a brasileiras como Joice Hasselmann, cuja demissão da revista Veja foi celebrada por grupos de Esquerda – os quais, em seguida, precisaram amargamente assistir a ascensão meteórica de sua carreira solo de repórter – não é mera coincidência: pessoas que demonstram não precisar do Estado para subir na vida (nem demandam cotas de qualquer espécie) não servem à “causa” socialista, e não fazem jus à “proteção” de feministas e demais grupelhos.
Enfim, os riscos e incertezas pelo caminho do empreendedorismo sãos muitos e variados, e o final nem sempre é feliz. Mas as chances de sucesso melhoram bastante quando o talento é reconhecido e valorizado. Este, aliás, um divisor de águas no filme: quando o personagem de Bradley Cooper aposta suas fichas em Joy. E aqui vale ressaltar: ele não o faz por se tratar se uma mulher bonita, mas porque percebeu estar diante de alguém com fibra e disposição para alcançar grandes feitos (e, claro, auferir lucros, satisfazendo consumidores e mantendo-os voluntariamente fiéis à marca patrocinada).
Pessoas com estômago para desempenhar papéis como estes (na vida real) não nascem a cada cinco minutos, e devem(riam) ser valorizadas e tratadas com deferência, e não como exploradoras (adjetivo que cabe bem melhor ao Estado intervencionista). Jennifer Lawrence foi laureada pela academia de Hollywood por sua interpretação sendo indicada para a estatueta de melhor atriz, mas tenho certeza que cada brasileiro que se esmera diariamente tentando erigir uma empresa (desde os microempresários que o fazem por necessidade em face do desemprego em alta, até aqueles que alavancam o desenvolvimento de regiões inteiras) deveria ser igualmente premiado – especialmente com mais liberdade econômica, uma vez que, desta forma, tanto trabalhadores como consumidores (os quais são, em verdade, as mesmas pessoas) seriam beneficiados. Quem sabe até sobraria uma grana para ir ao cinema…