Depois dos atletas libaneses se recusarem a entrar num ônibus comum com judeus, foi a vez do judoca egípcio, derrotado pelo oponente israelense, sair sem cumprimentá-lo do tatame, deixando o outro com a mão estendida. É a imagem do racismo, do preconceito, da postura antiesportiva que merece nosso desprezo, nossa revolta e indignação, pois vai contra tudo aquilo que o espírito olímpico liberal representa. Vejam a imagem:
Guga Chacra comentou em sua página do Facebook:
Lamentável a atitude do judoca egípcio de não cumprimentar o israelense. Os dois cresceram como muitos brasileiros que lutaram judô. Devem ter começado a praticar esta modalidade para melhorar a defesa pessoal e terem disciplina. Devem ter aprendido a contar até dez em japonês. Devem ter deixado os pais orgulhosos quando mudaram da faixa branca para a azul e quando conquistaram a primeira medalha. Deviam chegar em casa com fome depois do treino para comer hummus preparado por suas mães. Devem ter ficado tristes em derrotas. Devem ter deixado seus países orgulhosos quando chegaram à Olimpíada. Mas, infelizmente, um deles não soube competir. Não soube ver que do outro lado estava um judoca como ele. Um competidor. Não um inimigo. Uma pena. Egito e Israel tiveram 4 guerras. Milhares de jovens como eles dois morreram. Mas Sadat e Begin assinaram a paz em Camp David. Uma paz para que israelenses egípcios pudessem ser amigos e um dia, décadas mais tarde, dessem a mão com admiração e respeito em uma Olimpíada. Não foi o que aconteceu.
Shylock, de O Mercador de Veneza, uma das peças mais interessantes de Shakespeare, pergunta:
Os judeus não têm olhos? Os judeus não têm mãos, órgãos, dimensões, sentidos, inclinações, paixões? Não ingerem os mesmos alimentos, não se ferem com as armas, não estão sujeitos às mesmas doenças, não se curam com os mesmos remédios, não se aquecem e refrescam com o mesmo verão e o mesmo inverno que aquecem e refrescam os cristãos? Se nos espetardes, não sangramos? Se nos fizerdes cócegas, não rimos? Se nos derdes veneno, não morremos? E se nos ofenderdes, não devemos vingar-nos?
Mas parece que o antissemitismo (ou a judeofobia) tem sido tolerada hoje em dia. Israel pode ser o vilão do mundo na narrativa doentia da esquerda, que despreza justamente a mais próspera e livre democracia daquela região, em meio a vários países muçulmanos sem nenhum tipo de liberdade. Por que tanto ódio? Por que tanto preconceito? E por que tolerar aquilo que, se fosse um israelense fazendo, seria motivo da mais impressionante revolta mundial?
Esse duplo padrão é o câncer da era moderna. “Devemos respeitar a cultura deles”, dizem os multiculturalistas. Mas e quando a “cultura” deles é desprezar a nossa, nossos valores básicos? E quando toleramos demais a intolerância alheia, aqueles que querem nos destruir? Israel é alvo dos mais sórdidos ataques, e não pode se defender. Quando o faz, é alvo de novos ataques, que invariavelmente o condenam por qualquer tentativa de proteger sua população, de garantir sua segurança.
Lamentável mesmo a postura dos libaneses muçulmanos e desse “atleta” egípcio. Só sei que a imprensa jamais reagiria da mesma maneira se fosse o contrário, se as atitudes condenáveis fossem de israelenses contra muçulmanos. E isso no Ocidente com seu legado judaico-cristão. É um espanto!
O COI tem obrigação de expulsar esse racista da Olimpíada para sempre. André Lajst foi preciso em seu comentário sobre o assunto:
O esporte une, agrega, junta e não diferencia raça ou cor. Se esses são os princípios básicos de de uma olimpíada, onde atletas do mundo todo celebram a paz e a coexistência através do esporte, esses princípios estão sendo rompidos na Rio 2016 e nenhuma providência está sendo tomada.
O vídeo abaixo mostra o lutador Egípcio e o Israelense após o fim da luta. No momento que o juiz anuncia o vencedor israelense, o mesmo vai até o egípcio para a fim de cumprimentá-lo. Foi ignorado completamente e o Egípcio não fez nem a referencia tradicional de respeito do judô.
Atitudes como essa ferem o princípio básico das olimpíadas: paz e coexistência através do esporte.
Não é a primeira e nem a segunda vez que israelenses são discriminados na frente das câmeras e do público em olimpíadas e campeonatos esportivos mundiais. No primeiro dia das olimpíadas do Rio, atletas libaneses impediram que israelenses subissem em um ônibus compartilhado, em campeonatos de natação no passado, a bandeira de Israel foi retirada do placar e da transmissão ao vivo.
Isso precisa acabar. Israel e Egito assinaram um acordo de paz em 1979, porém, a população de países árabes recebe, com honra, em seus países, atletas que recusaram de lutar ou cumprimentar israelenses.
O racismo dominou o mundo por séculos, causou milhões de mortes em inúmeras guerras. A humanidade passou pelo holocausto e pelo apartheid na África do Sul, portanto, qualquer tipo de discriminação deveria ser severamente punido em um evento como as olimpíadas.
Vivemos no ano de 2016 onde ensinamos nossos filhos o que é certo e errado, o que é moral e ético, e o que é racismo e ilegal. Vamos fazer jus ao lema do esporte mundial e vamos dar o melhor exemplo para as próximas gerações. Racismo é crime no Brasil, nas olimpíadas também deveria ser.
Deveria. Com a palavra, o Comitê Olímpico…
Rodrigo Constantino