Lula arrolou 87 testemunhas na ação penal sobre a compra do terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula. O imóvel foi comprado pela Odebrecht a pedido de Paulo Okamotto, segundo Marcelo Odebrecht. Moro decidiu ouvir as 87 testemunhas, mesmo considerando o número “exagerado”, mas exigiu a presença de Lula em todas:
“Será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria Defesa, a fim de prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas.”
Como não gostar de Moro? Como não ser fã do homem? Se os bandidos usam as brechas da lei para tentar preservar a impunidade, o juiz dá uma de Portia em O Mercador de Veneza e diz a Shylock: “Ok, você pode arrancar seu naco de carne, contrato é contrato. Mas ai de você se deixar cair uma só gota de sangue! Nada no contrato fala sobre tirar sangue de Antonio. Boa sorte!”
Moro usa a própria lei para colocar o réu “esperto” em sinuca de bico. Agora o “malandrão” Lula terá de estar presente em quase 90 audiências maçantes, sem poder tomar uma pinga para relaxar. Moro está acostumado. É o trabalho dele, e o homem claramente trabalha. Lula, como sabemos, prefere a companhia de Rose ou da cachaça, ou então uma claque movida a mortadela aplaudindo sua verborragia.
Mas ter que ficar numa sala fechada escutando suas “testemunhas” mentindo ou incapazes de negar obviedades? Isso será impagável! Muitos questionam porque Moro não prendeu Lula ainda. Não sei ao certo o motivo, mas confio na estratégia do juiz, que está jogando xadrez com o chefão da quadrilha petista. Moro tem dado cada passo consciente dos seus efeitos. Lula será preso ainda, para a alegria da nação.
E no dia em que isso acontecer, a reação organizada de seus cúmplices será vista como o que é: um ato vergonhoso de cumplicidade a um criminoso cujos crimes ficaram evidentes. Lula até tentará bancar a vítima, pois é o que sempre fez na vida. Mas ninguém mais vai comprar tal narrativa. Mérito do juiz Sergio Moro.
Rodrigo Constantino
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