Em entrevista publicada nesta semana em VEJA, Juliana Paes expõe suas opiniões sobre o ofício de atriz, a luta da mulher bonita para ser reconhecida e o feminismo. A atriz fluminense adverte que o poder conquistado pelas mulheres de bandidos convertidas em primeiras-damas do crime – caso de Bibi, sua personagem em A Força do Querer, novo folhetim das 9 da Globo, de autoria de Glória Perez – não tem nada a ver com o empoderamento tão propalado pelas feministas. Juliana também tece críticas ao que considera excessos do feminismo. “Existe uma linha do feminismo com a qual eu não concordo muito. Acho errado esse desejo de igualdade com os homens a todo custo. Somos tão competentes e valiosas quanto eles, mas não iguais. A mulher precisa de mais tempo para se recuperar de uma gravidez, e há outras questões que permeiam nosso universo. A sensibilidade, o lúdico, o caminho da ponderação, o afeto nas relações de trabalho — tudo que faz parte do universo feminino e matriarcal deve ser respeitado”, declara.
Juliana acredita que a mulher é capaz de encarar papéis de chefia em lugares masculinos, mas que se deve “valorizar mais sua sensibilidade para lidar com tanta testosterona”. Para a atriz, o afeto feminino pode ser um “antídoto para lidar com a frieza do mundo do business.” Juliana afirma, ainda, que as feministas se equivocam ao não respeitar essas características das mulheres. “Não quero queimar sutiãs. Gosto de sutiãs! Não quero quebrar saltos de sapato em busca de liberdade. Gosto de me enfeitar, e nós, mulheres, não fazemos isso para o macho. Fazemos porque dá prazer cuidar de si e cuidar do outro. Sou uma feminista de saia, sutiã, salto alto e batom vermelho.”
Ou seja, para os padrões modernos, ela não é feminista, já que o feminismo se transformou em algo intolerante, radical, raivoso, muito mais uma guerra contra os homens e as mulheres que valorizam suas diferenças do que qualquer outra coisa. O feminismo de hoje tem muito a ver com o esquerdismo, e quase nada com os direitos da mulher.
Juliana Paes está de parabéns por desafiar a patrulha desse movimento intransigente e delinear as saudáveis diferenças entre homem e mulher, pois é preciso odiar muito mesmo a natureza para desejar anular as distinções complementares entre os sexos em busca de uma igualdade plena não de direitos ou oportunidades, mas de resultados.
Rodrigo Constantino
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