O artigo da senadora Kátia Abreu na Folha hoje é daqueles que devem ser lidos com muita atenção, e depois relidos. São verdades evidentes para qualquer um minimamente atento aos acontecimentos políticos do Brasil, mas que poucos, ainda mais na posição da senadora, têm a coragem de dizer.
Até porque, como a própria autora diz no começo, quem quer que diga tais verdades incômodas será logo tachado de paranoico, de adepto de teorias conspiratórias. É uma blindagem que fazem contra os fatos que geram desconforto.
E quais são estes fatos? Qual é essa verdade? Ora, a de que há em curso no país, hoje, um movimento poderoso que deseja destruir a propriedade privada e instaurar um regime autoritário com todo o poder no estado. A senadora sabe bem disso, pois seu setor, o rural, é o alvo predileto desses golpistas. Diz ela:
Usa-se o pretexto da crise social para invasões criminosas a propriedades produtivas: sem-terra, quilombolas e índios têm sido a massa de manobra, incentivada por ativistas, que, no entanto, não querem banir a pobreza.
Servem-se dela para combater a livre iniciativa e estatizar a produção rural. Espalham terror nas fazendas e, por meio de propaganda, acolhida pela mídia nacional, transformam a vítima em vilão. Nos meios acadêmicos, tem-se o produtor rural como personagem vil, egoísta, escravagista, predador ambiental, despojado de qualquer resquício humanitário ou mesmo civilizatório.
No entanto, é esse “monstro” que garante há anos à população o melhor e mais barato alimento do mundo, o superavit da balança comercial e a geração de emprego e renda no campo.
Como negar isso? Alguém pretende realmente acusar de paranoica a senadora? Só quem não tem olhos para enxergar, ou quem age com má-fé, por já ter sido capturado pelo movimento.
A tática usada por esses antidemocráticos é a velha máxima de dividir para conquistar. Como lembra Kátia Abreu, a “sociedade brasileira está sendo artificialmente desunida e segmentada em negros, índios, feministas, gays, ambientalistas e assim por diante”. ONGs endinheiradas estão por trás disso.
O país que pretendem construir? “Não tenham dúvida: um país em que o Estado, com seu poder de coerção, seja a única instância capaz de deter os conflitos que ele mesmo produz; um Estado arbitrário, na contramão dos fundamentos da democracia”.
Essa, sim, é a Kátia Abreu que aprendi a admirar! Não aquela que elogia e pede voto para Dilma, cujo partido, o PT, está associado até o talo a esse esquema bolivariano de destruição da nossa democracia.
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