O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou neste sábado que o governo brasileiro estuda a criação de um possível imposto temporário para aumentar a arrecadação, após apresentar a peça orçamentária de 2016 com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões.
As informações são do site do jornal “Valor Econômico”, que acompanhou entrevista dada pelo ministro neste sábado na Turquia, após participar de encontro do G-20. Levy disse que o plano para enfrentar o problema nas contas públicas está em fase de construção, e citou o possível novo imposto.
“Pode ser imposto para atravessar essa travessia. E depois se retiraria. Estamos no meio de uma discussão sobre isso”, afirmou o ministro, de acordo com o site do Valor.
Que, então, Levy possa se lembrar dos seus professores realmente liberais na Universidade de Chicago antes de chegar ao fim da discussão. Pois Milton Friedman, o mais famoso deles, sabia muito bem que Levy busca uma quimera: “Nada é tão permanente quanto um programa temporário de governo”.
O motivo, para quem conhece natureza humana e o funcionamento da política, é um tanto óbvio: criar impostos ou gastos “temporários” é moleza; o difícil é, depois, tirá-los. A maior receita para o governo encontra seu gasto automaticamente. Privilégios são criados, grupos de interesse são beneficiados. Fazer as “maldades”, cortar gastos e tirar receitas de políticos, isso já é bem mais complicado, como o próprio Levy atesta agora, nesse “ajuste fiscal” de meia-tigela.
As cotas raciais deveriam ser temporárias também, mas só aumentam. Derrubar a CPMF foi uma dificuldade, mesmo se tratando de um imposto (mais) nefasto, tanto que o PT deseja resgatá-lo a todo custo. Levy deveria saber que, em política, concentra-se vantagens e se dispersa os custos. Quem irá, no futuro, lutar para acabar com o novo imposto “temporário”?
Talvez fosse o caso de Levy abandonar de vez o governo Dilma e retornar para as aulas em Chicago, para aprender algumas coisas básicas com os professores liberais de lá…
Rodrigo Constantino
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