- BNDES: Joaquim Levy
- Caixa Econômica: Pedro Guimarães
- Banco do Brasil: Rubem Novaes
Os presidentes dos três bancos públicos assumem os cargos com a missão de auxiliar a reforçar os cofres do governo. O orçamento de 2019 estabelece que o déficit nas contas públicas poderá chegar a R$ 139 bilhões, o equivalente a 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB).
O novo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, já adiantou que deseja vender ainda em 2019 na Bolsa de Valores ações de pelo menos duas subsidiárias, como a Caixa Seguridade. O banco concentrará atenção em clientes de menor renda e na área imobiliária.
Como o próprio Guedes já constatou, nós, liberais, não gostamos nada do que fizeram com esses bancos nos governos passados, especialmente na era petista:
O ministro da Economia, Paulo Guedes, diz que as intervenções no Banco do Brasil, na Caixa e no BNDES foram “danosas”. Ele criticou, por exemplo, o modelo de priorizar “os campeões nacionais”, como feito na era PT. “Nós, liberais, não gostamos disso.” Guedes também afirmou que a Caixa foi vítima de saques, fraudes e assaltos, “como vai ficar muito óbvio à frente”.
Mas liberal vai aplaudir gestores de bancos públicos mesmo sendo liberais? A pergunta, que poderia ser feita por um libertário mais purista, é legítima. Claro que para nós, liberais, o ideal seria privatizar esses bancos, ou simplesmente acabar com eles. Mas isso soa utópico demais hoje.
Logo, no mesmo estilo da Universidade de Chicago, casa de Milton Friedman e escola do próprio Guedes e de Rubem Novaes, que assume o Banco do Brasil, resta partir para as “second best solutions”, ou seja, aquelas soluções viáveis e pragmáticas dadas as circunstâncias. Se não temos cachorro, caçamos como gatos.
Colocar esses liberais no comando desses bancos estatais, com total alinhamento à pauta geral de redução do escopo estatal ditada por Guedes, significa desfazer boa parte das lambanças que foram feitas nos governos anteriores, onde a politização dessas instituições foi plena, regada a muita demagogia e populismo.
A missão deles, portanto, é nobre: assumem o poder para reduzi-lo. Sentam na cadeira da presidência de bancos gigantes com o intuito de diminuir o balanço deles, pagar parte das dívidas assumidas com o Tesouro, cortar as mamatas políticas, acabar com o cabide de empregos, permitir mais espaço para o avanço do setor privado no crédito, já que hoje metade da carteira total no país está nas mãos desses três bancos públicos.
Em O manifesto comunista, Marx e Engels colocam no quinto item de uma lista de dez a concentração do crédito no estado como meta para o comunismo. O Brasil, até aqui, foi um ótimo aluno marxista, e daí o péssimo resultado econômico, a corrupção descontrolada, os esquemas infindáveis. Esses novos gestores chegam com a noção clara de que é preciso reverter esse quadro, vender ativos, devolver ao mercado a iniciativa de crédito. Espero que sejam bem-sucedidos, pois a reação dos grupos de interesse será forte.
Rodrigo Constantino
Bolsonaro “planejou, dirigiu e executou” atos para consumar golpe de Estado, diz PF
PF acusa Braga Netto de pressionar comandantes sobre suposta tentativa de golpe
Governadores do Sul e Sudeste apostam contra PEC de Lula para segurança ao formalizar Cosud
Congresso segue com o poder nas emendas parlamentares; ouça o podcast
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS