Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
É tamanha a confusão conceitual em Pindorama, principalmente entre as ideias da dita direita, que dá até preguiça de explicar.
Por exemplo: faço um post em homenagem ao grande Voltaire, um dos ícones do iluminismo europeu, e um amigo virtual, com ares de professor, comenta:
“Liberal louvando iluministas…, isso eu não tinha visto ainda.”
Sugeri que ele procurasse se informar, mas achei a resposta muito ríspida para quem estava falando de um homem que personificou a tolerância.
Mas nem sei por onde começar a explicar a abissal diferença que existe entre liberais e neocons. Talvez pela visão Straussiana, segundo a qual o liberalismo individualista (bem como o conservadorismo clássico) e o neoconservadorismo são antagônicos. Nas palavras de Bradley Thompson:
O Ocidente está em um estado de declínio intelectual e moral, decorrente da ascensão do niilismo filosófico. Strauss identificou a fonte do niilismo moderno no liberalismo Iluminista – o liberalismo de John Locke e Thomas Jefferson. Strauss foi um crítico incisivo do racionalismo e da ciência modernos, do individualismo, dos direitos naturais e do capitalismo laissez-faire, os quais, segundo ele, afastaram o homem de uma realidade supra natural, de volta para a natureza, da fé para a razão, da comunidade para o indivíduo, do dever para os direitos, da desigualdade à igualdade, da ordem à liberdade e do auto-sacrifício ao interesse próprio. O resultado é que o homem e a sociedade se desprenderam da ordem natural e da fé religiosa necessária para sustentar a unidade moral e política.
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