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A renovação do PSL pelos libertários continua naquilo que passou a se chamar Livres dentro do partido, e um novo programa foi ao ar nesta quinta, com mensagem que fala diretamente a essa nova geração em busca de mais liberdade individual tanto na economia como nos costumes.

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Meus leitores sabem que tenho divergências com essa postura, pois vejo que muitos libertários às vezes confundem liberdade com libertinagem, ou negligenciam certos valores morais e tradições que reputo fundamentais para a manutenção da civilização e sobrevivência das próprias liberdades. Eles têm preconceito contra tudo aquilo que pareça “conservador”, pois são “moderninhos” demais. Eu já não vejo com bons olhos inúmeras mudanças da era pós-moderna.

Também acho que a pauta deles, formada em boa parte por jovens encantados com alguns “dogmas” libertários, não necessariamente é a pauta do brasileiro em geral, que quer saneamento, segurança, emprego, saúde e educação, além do resgate de certos valores morais perdidos. Bitcoin? Cada um com seu estilo de vida e ninguém tem nada com isso? A mensagem fala aos jovens da elite, talvez, mas deixa de fora uma leva significativa da população.

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Flertei com o libertarianismo quando mais jovem, e desde então me afastei dessa ideologia. Mas ainda respeito muitos libertários e acho que sua mensagem traz um contraponto interessante ao debate político brasileiro. É verdade que em várias ocasiões tenho a sensação clara de que são inocentes úteis da esquerda, com sua revolução cultural em curso. Mas isso não me impede de celebrar as mudanças dentro do PSL, e um programa desses, certamente inovador para nossos padrões e com um apelo liberal radical:

Espero que o Livres siga em frente com suas mudanças no PSL, conquiste mais espaço e possa se tornar, efetivamente, uma alternativa libertária na política brasileira. O Brasil terá progredido bastante quando tiver um bloco forte de libertários, uma socialdemocracia civilizada no estilo tucano como representante da esquerda (e nada além disso, pois a extrema-esquerda socialista não combina com a democracia), liberais clássicos formando algo Novo, e conservadores de boa estirpe puxando o discurso mais à direita com foco maior nas questões morais. Aí sim, o debate democrático será maduro e digno de uma república avançada!

Rodrigo Constantino