O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, disse à revista Época que o presidente Michel Temer (PMDB) é o líder da “maior e mais perigosa organização criminosa do Brasil”. A entrevista à publicação foi a primeira dada por ele desde que voltou ao Brasil depois de um período no exterior. Batista saiu do país depois de fechar uma delação que estremeceu o governo do peemedebista e voltou nesta semana.
Na organização criminosa liderada por Temer, Joesley também inclui Eduardo Cunha (ex-presidente da Câmara, preso em Curitiba), Geddel Vieira Lima (ex-ministro de Temer, que caiu por acusações de corrupção), Henrique Eduardo Alves (ex-ministro de Temer, preso no começo de junho), Eliseu Padilha (ministro-chefe da Casa Civil) e Moreira Franco (ministro da Secretaria-Geral da Presidência). O dono da JBS os descreve como “turma” que é “muito perigosa”, ressaltando que nunca teve coragem de brigar com eles e que, caso se “baixe a guarda”, eles “não têm limites”.
Agora vamos analisar o que aconteceu: o dono da JBS, a maior fonte de corrupção do país, como vimos, deixando até a Odebrecht para trás, denunciou o atual presidente, o vice eleito pelos petistas, de ser o chefe da maior quadrilha política do país. A JBS, não custa lembrar, que se tornou um império justamente durante o governo petista, e que levantava suspeitas de que tinha o próprio filho de Lula como sócio oculto.
A mesma JBS que recebeu bilhões do BNDES durante a gestão do petista Luciano Coutinho. Essa JBS, que deve quase tudo a Lula, resolveu acusar, na figura de seu dono, Temer de ser o chefe da quadrilha. E ninguém ri! E isso é dito como coisa séria e publicado como capa de revista, por um grupo que claramente tem feito de tudo para derrubar Temer, poupando o próprio Lula. E eis a singela modificação que temos, então, com essa declaração bombástica do amigo de Lula:
O Brasil não é para amadores mesmo. Até porque piadas são contadas como se fossem coisa séria. Aí, como levar o país a sério?
Rodrigo Constantino