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Sergio Cabral é réu pela oitava vez na Lava Jato. As evidências apontam para desvios milionários, de quem realmente se sentia acima das leis, com a impunidade garantida pelos deuses – ou pela morosa Justiça brasileira. Mas claro que Cabral não deveria estar preso, pois quem deve julgá-lo é o povo, o eleitor, e por isso ele deveria disputar eleições em 2018 e ver, aí sim!, se é culpado de alguma coisa.

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Calma, caro leitor, que ainda não enlouqueci. Não estou falando sério. Mas o Brasil testa ao limite nossa paciência, nossa sanidade. Sim, pois esse mesmo discurso ridículo, absurdo quando envolve Cabral, é exatamente aquele repetido por muitos quando se trata dele, o ex-presidente Lula. Por quê?

O que há de tão especial assim no líder petista, o maior responsável pela desgraça que se abateu sobre o Brasil? Sei que Lula conta com um séquito de devotos, uma massa de alienados e cúmplices movidos a mortadela, dispostos a aterrorizar a população trabalhadora, mantida refém por suas ameaças e intimidações. Mas isso o PCC também faz, e nem por isso dizemos por aí que os traficantes devem ser julgados nas urnas. Ou a esquerda já chegou lá?

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Essa conversa fiada de “diálogo” entre Lula e FHC serve apenas para a narrativa do próprio PT, de que Lula é um perseguido político, pois tudo que o PT e ele fizeram também foi feito pelos demais, reduzindo assim seus crimes ao caixa dois e eventuais propinas. Ignora-se, assim, o projeto mafioso e totalitário de poder do “chefe de quadrilha”, que tentou colocar o Brasil no mesmo rumo da Venezuela.

Todas as delações apontam para o mesmo nome, e não é o de Marisa, como o desalmado tentou insinuar em seu depoimento. Será que todos, dos mais próximos aliados políticos aos companheiros amigos, são mentirosos e só Lula é honesto? Será que Lula é mesmo a alma mais honesta desse País?

Brincadeiras à parte, está claro que o homem é culpado. E quem tem de dizer isso é a Justiça, não as urnas. Lula não é vítima de Sergio Moro, tampouco esse é um agente político. Lula é réu da Justiça e tem de ser julgado pelas leis, como qualquer outro. O fato de ainda ser defendido por “intelectuais” e artistas mostra apenas que nessa turma há muita gente sem caráter, com seu “bandido preferido”, não que Lula mereça um tratamento especial.

Portanto, é lamentável que tucanos, incluindo Doria, embarquem nessa canoa furada e digam por aí que Lula deve ser desmoralizado nas urnas em 2018. Ninguém acha que Cabral deve ter o mesmo tratamento. Logo, não faz sentido defender isso para Lula. O único “diálogo” de Lula tem que ser com os juízes, e seu julgamento não é quantitativo, e sim legal. Se mil idiotas defenderem um bandido, ele não deixa de ser bandido por isso.

Originalmente publicado na revista IstoÉ

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