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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite desta terça-feira que, se os membros fundadores do Mercosul expulsarem seu país do grupo, ele entrará “pela janela”. Na semana passada, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai alertaram a Venezuela que o país tem até dezembro para cumprir os requisitos de filiação ou será suspensa do Mercado Comum do Sul.

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“Já não podem questionar a presidência da Venezuela no Mercosul, agora dizem que vão nos expulsar”, disse Maduro durante seu programa semanal de televisão. “Expulsar-nos? Pois sim! Se nos mandam embora pela porta, nós entramos pela janela, mas do Mercosul ninguém tira a Venezuela”, acrescentou.

Maduro rechaçou o ultimato dos demais integrantes do bloco regional e garantiu que seu país exerce plenamente a presidência pro tempore (temporária) do grupo. “O que está tentando fazer a tríplice aliança dos governos neoliberais, de direita, antipopulares, pró-imperialistas de Paraguai, Brasil e Argentina não tem nome”, disse Maduro.

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Tem nome sim. Chama-se “limpeza democrática”, ou “respeito às cláusulas” do Mercosul. A Venezuela jamais deveria ter entrado, mas na época havia uma hegemonia bolivariana na região. Enquanto países mais decentes como o Chile, a Colômbia e o Peru selaram a Aliança do Pacífico, com viés de abertura comercial para o mundo, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai colocaram-se numa camisa de força ideológica.

Como já cansei de dizer, em geopolítica um país pode optar por ser rabo de baleia, seguindo a crista da onda globalizante, ou cabeça de sardinha, liderando um grupelho menor. O Brasil petista inovou e viramos rabo de sardinha, deixando países como Venezuela e Argentina, liderados por comunistas, ditarem as regras, prejudicando nossas empresas, nosso comércio, nossa população.

Mas a farra acabou! Michel Temer assumiu o governo e pretende colocar ordem nessa bagunça. José Serra virou chanceler e, apesar de seu histórico esquerdista, não demonstra qualquer simpatia pelos bolivarianos. Tem, justiça seja feita, colocado os interesses nacionais à frente, e tomado decisões firmes e necessárias.

Por isso os países comunistas estão tão nervosos, ensaiando aquele protesto patético na ONU, motivo de riso. Estão desesperados com a perda das boquinhas, do nosso BNDES, que financiava o Foro de São Paulo durante a era lulopetista. Eis o real motivo do pânico dessa turma antidemocrática:

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O governo brasileiro estuda ainda substituir os “médicos” cubanos por outros. Do que a ditadura cubana vai viver agora? E o governo venezuelano, sem nossos recursos? O socialismo destruiu essas economias, apesar da vastidão dos poços de petróleo na Venezuela. Espalhou miséria para todo lado, escravidão, medo, violência. É o resultado inexorável do socialismo, o mesmo que o PT defende e quase conseguiu impor ao Brasil.

Mas nossa bandeira jamais será vermelha. E o Mercosul também não será bolivariano. Começa sua limpeza, e a Venezuela merece ser expulsa. Criminologistas conhecem bem a teoria da “janela quebrada”, que mostra como pequenos delitos impunes servem de fertilizante para novos crimes, maiores. É o clima de impunidade que fomenta o avanço do crime. Pois bem: está na hora de mostrar que o Mercosul tem regras que precisam ser cumpridas.

A Venezuela não vai entrar pela janela, pois ela estará fechada, e bem protegida. Os criminosos saberão que há uma coisa chamada lei. As mudanças positivas no Mercosul foram tema da coluna de Aécio Neves nesta semana na Folha. Diz o senador tucano:

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Nossa diplomacia acaba de adotar uma posição histórica. Em defesa da democracia e das instituições, impediu, ao lado das chancelarias da Argentina, do Paraguai e do Uruguai, que a Venezuela ocupasse a presidência temporária do Mercosul. Com a decisão, abrem-se novos caminhos para o bloco. […]

Um país que nem de longe lembra uma democracia —pude ver isso de perto em viagem a Caracas, um ano atrás, ao lado de outros senadores—,  e que desrespeita reiteradamente os direitos humanos não poderia sequer ter sido aceito na aliança regional. Mas o alinhamento ideológico que dominou a diplomacia de alguns dos países-membros do Mercosul até pouco tempo atrás permitiu o ingresso da Venezuela em 2012.

[…]

Não é possível aceitar como parceiro diplomático e comercial um governo que trata como crime o mero exercício do direito de opinião, que encarcera seus opositores e reprime seus adversários violentamente nas ruas. […]

A experiência venezuelana ressalta, com tintas fortes, os limites e o fracasso dos regimes populistas. A truculência, a manipulação econômica, a irresponsabilidade fiscal, o desmazelo com o patrimônio público e um intervencionismo sem paralelo produziram um país empobrecido, com mais de 70% da população em condição de pobreza.

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Com a recente decisão, a diplomacia brasileira, sob a liderança do chanceler José Serra, está conduzindo o Mercosul a seus melhores caminhos, deixando para trás o isolacionismo que marcou a última década e abrindo novas perspectivas para o bloco.

Aécio está certo. Serra está certo. É a esquerda mais civilizada mostrando que a esquerda jurássica, representada pelo PT e suas linhas auxiliares (PSOL, PCdoB e Rede) deve ser jogada na lata do lixo da História. Essa esquerda comunista, aliada da Venezuela e da ditadura cubana, parceira do Foro de São Paulo, não tem espaço na democracia brasileira. O limite à esquerda no espectro político nacional deveria ser justamente o PSDB, partido social-democrata que preserva o apreço básico pelas regras do jogo.

Não há margem para a aceitação de chantagens e ameaças de tiranos como Maduro. Com esse tipo de ditador, só mesmo um pé na bunda. E que venha tentar quebrar a janela: ela estará com um poderoso sistema de alarme e segurança contra marginais vestidos de vermelho.

Rodrigo Constantino

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