O editorial do Estadão desta quinta foi direto ao ponto ao chamar o veto de Maduro ao acompanhamento internacional das eleições de “ditadura escancarada”. Não custa lembrar que o então presidente Lula disse, em tom de escárnio, que havia “excesso de democracia” na Venezuela de Chávez, quando o modelo autocrático já estava evidente. Diz o editorial:
O governo da Venezuela segue firme no rumo da autocracia. No início do mês, a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol) afirmou que já não se pode considerar o regime vigente na Venezuela nem como uma “democracia precária”. As reiteradas violações do Estado de Direito e das liberdades fundamentais determinam que se considere o regime uma ditadura, declarou a entidade.
A constatação da grave situação venezuelana é agora reforçada pela resistência do governo em permitir um “trabalho de observação objetivo, imparcial e abrangente” nas próximas eleições parlamentares, conforme denuncia o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As autoridades venezuelanas acharam-se no direito de rejeitar o nome proposto pelo Brasil – Nelson Jobim, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – para presidir a missão da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) constituída para acompanhar as eleições de dezembro. Querem alguém mais alinhado com suas estripulias ditatoriais.
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Frente a esse tipo de atitude do governo venezuelano, bem reagiu o TSE afirmando que não participará da missão da Unasul às eleições parlamentares naquele país. A proposta do tribunal brasileiro visava simplesmente “verificar se as condições institucionais vigentes no país asseguram equidade na disputa eleitoral”. No entanto, isso é demasiado arriscado para Maduro.
O senador Alvaro Dias foi firme em seu pronunciamento sobre o assunto também:
O que se passa na Venezuela é triste demais para os venezuelanos de bem, e previsível para quem não estivesse cego pela ideologia. O “socialismo do século XXI” é exatamente igual ao do século anterior, e só leva à escravidão e à miséria. Tudo isso foi cantado pelos liberais, enquanto a esquerda vibrava com as “conquistas sociais” do vizinho. Não foi por falta de aviso.
Assim como não será por falta de aviso se o Brasil seguir na mesma rota, como tem acontecido. O PT é só elogios ao modelo venezuelano. Lula já disse várias vezes que segue na mesma direção. Gravou vídeos de apoio a Chávez e Maduro, assim como Dilma. Só não vê quem não quer. Ou o Brasil se livra do PT logo, ou a Venezuela, já uma ditadura socialista, será nosso destino amanhã.
Rodrigo Constantino