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A reportagem exibida ontem no Fantástico mostra uma realidade que muitos brasileiros, mais esclarecidos, já conhecem faz tempo: os sindicatos se transformaram em antros de corrupção, em esquemas de desvio de recursos dos pobres trabalhadores para os ricos sindicalistas, pelegos que colam no governo em troca de benesses, que levam uma vida de nababos capitalistas enquanto repetem um discurso socialista para os incautos:

A missão de um sindicato é lutar por benefícios para os trabalhadores. Certo? Mas em vários lugares do país, não é isso o que vem acontecendo. Esses sindicatos são controlados por dirigentes corruptos, e no fim, o dinheiro sai do bolso do trabalhador e vai direto para o bolso deles.

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Mesmo que você não seja sindicalizado vai se indignar e muito com essa história, porque pessoas que agem como donos de sindicatos usam dinheiro do trabalhador para ganhar poder e fazer fortuna.

“O diretor falou para ele: ‘Olha, se você fizer alguma coisa contra a gente, a gente incrimina você e não precisa nem de prova, prova a gente cria, porque a gente compra todo mundo”, diz uma pessoa que preferiu não se identificar.

Rio de Janeiro. Sindicato dos Comerciários, mas pode chamar de casa dos Mata Roma. Este é o sobrenome da família que mandava por lá havia quase 50 anos. Mandava e desmandava.

“Não era funcionário, não era presidente, não era vice-presidente ou diretor. Eles eram o dono do sindicato”, conta um funcionário.

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Uma auditoria contratada pela Justiça investigou a contabilidade entre os anos de 2009 e 2014 e descobriu um rombo de R$ 100 milhões. O valor reúne as diferenças encontradas nas contas do sindicato, despesas suspeitas com advogados, dívidas em impostos, juros e multas e outros gastos. 

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O problema no Rio é um problema em todo o país. Hoje o Brasil tem quase 11 mil sindicatos de trabalhadores. A Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical, do Ministério Público do Trabalho, tem quase 4 mil investigações abertas.

Em Recife, uma audiência para definir a eleição do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes acabou com tiros disparados em frente à Procuradoria. No Mato Grosso do Sul, um grupo liderado por entidades sindicais tentou invadir a sede do Ministério Público do Trabalho, na cidade de Três Lagoas. E em São Paulo, a disputa por poder e dinheiro foi levada às últimas consequências.

Ou seja, estamos lidando com verdadeiras máfias sindicais, num país que, com a chegada do PT ao poder, tornou-se uma República Sindical. Os pelegos se espalharam por toda a máquina estatal, e a arrecadação dos sindicatos, por meio de um nefasto imposto cobrado compulsoriamente dos trabalhadores, alimenta a farra da corrupção. Não vamos esquecer que o fascismo nada mais é do que a união entre grandes grupos empresariais, governo e sindicatos poderosos.

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A lógica é tão simples assim: se os sindicatos existem mesmo para defender os interesses dos trabalhadores, então por que a adesão e o financiamento não são totalmente voluntários? Eis a pergunta básica que deve ser feita. Uma vez um desses líderes sindicais respondeu dessa forma: os trabalhadores não pagariam a contribuição pois não sabem da importância dos sindicatos para eles!

Resumo da ópera bufa: é preciso usar a coerção estatal para extrair à força do pobre trabalhador a contribuição sindical, que ele, por conta própria, não sabe como lhe faz bem! E essa palhaçada já dura décadas, nascida lá atrás, na era Vargas, do populista que só perde para Lula em termos de demagogia.

Por falar em Lula, eis um “sindicalista” que fez falta na reportagem do Fantástico. A Globo podia mostrar o estilo de vida nababesco do ex-presidente, que começou sua “carreira” política nos mesmos moldes desses sindicalistas safados: explorando a ignorância alheia, fazendo discursos repletos de bravatas sensacionalistas, jogando trabalhador contra patrão, como se a verdadeira luta de classes fosse essa, e não aquela entre patrão e trabalhadores contra sindicalistas pelegos e governantes corruptos!

Que toda essa podridão vindo à tona sirva ao menos para reflexão dessa gente, acostumada a repetir que o patrão é um explorador e que os sindicatos protegem os trabalhadores. Não! Os sindicatos protegem os sindicalistas!

Rodrigo Constantino

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