As redes sociais deram poder ao indivíduo, desafiando a hegemonia de uma mídia dominada pelo viés “progressista”, o que foi uma ótima notícia pela ótica liberal. Por outro lado, protegidos pela tela do computador e pelo anonimato, sem contato cara a cara com o outro e encorajados pela psicologia das massas ao formarem grupos monolíticos, muitos mostram o pior lado da natureza humana na internet.
São vários os exemplos de vidas reais destruídas por causa desse comportamento de manada, normalmente disseminando a patrulha do politicamente correto. Mas não é exclusividade da esquerda, claro. Na direita, há muitos que adotam postura idêntica, intimidando críticos, perseguindo e xingando. Aqueles que passaram a enxergar a política como um jogo de futebol, uma guerra tribal, viraram torcedores fanáticos do seu time. Todo adversário que desvia da cartilha precisa ser enquadrado ou eliminado.
A mais nova vítima dessa tentativa de assassinato de reputação foi o filósofo britânico Roger Scruton, que sempre demonstrou postura civilizada. Scruton foi apontado para um cargo no governo, como especialista que é em arquitetura e beleza. Odiado pela esquerda, era questão de tempo até a perseguição encontrar uma faísca forte o suficiente para incendiar o alvo.
A ignição veio numa entrevista longa para George Eaton, da New Statesman. Com trechos totalmente retirados do contexto, o “jornalista” divulgou mensagens supostamente preconceituosas e racistas do filósofo. Era a senha para os chacais avançarem sobre ele, exigindo sua demissão. O que acabou ocorrendo por covardia do governo.
O caso foi capa da revista The Spectator, em artigo de Douglas Murray, que começou lamentando: “Algumas vezes um escândalo não é apenas um escândalo, mas uma biópsia de uma sociedade”. A revolta da manada virtual faz vítimas aleatórias, ainda que em maior quantidade entre os conservadores. Como aconteceu com os garotos católicos do escândalo em Kentucky, normalmente é a própria imprensa que joga a isca a ser mordida pela turba furiosa das redes sociais.
Quem se deu ao trabalho de ver todo o vídeo dos garotos que apoiavam Trump percebeu que foi o nativo americano que os provocou, não o contrário. Da mesma forma, quem parou para escutar toda a entrevista com Scruton viu como o entrevistador agiu de má-fé ao pinçar passagens isoladas, muitas vezes afirmando o contrário do que o filósofo dizia, de acordo com o contexto todo. É hora de dar um passo atrás e voltar a defender a soberania do indivíduo frente à manada, a verdade sobre a ofensa e a necessidade do livre pensamento contra essa uniformidade estúpida.
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