Uma das imagens mais chocantes da manifestação que terminou em quebra-quebra na Esplanada dos Ministérios na tarde dessa quarta-feira (24/5) foi a de um jovem com a mão direita dilacerada. O vídeo feito durante o protesto ganhou as redes sociais e mostra o rapaz sendo conduzido por um outro manifestante com a mão direita ensanguentada.
Vitor Rodrigues Fregulia, 21 anos, é quem protagoniza a cena chocante. Ele perdeu três dedos. Passou por uma cirurgia no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) e segue internado, sem previsão de alta. A versão inicial é de que ele se feriu gravemente depois de jogar um rojão contra os policiais. Ao Metrópoles, o estudante nega. Diz que tentou se livrar de uma das bombas lançadas pelos PMs, quando ocorreu a explosão.
De acordo com a Polícia Militar, a versão é “praticamente impossível”. A corporação afirma que apenas um dos dois tipos de bombas utilizadas durante a manifestação podem causar lesões. O ferimento, no entanto, seria improvável porque os artefatos explodem muito rápido, com 1,5 segundo ou três segundos após serem lançadas, diz a PMDF. Ainda segundo a corporação, o outro tipo de bomba usada não poderia causar dano porque não explode.
Não sou especialista em explosivos, até porque quando era mais jovem estava estudando para ser alguém produtivo na vida, não um terrorista comunista. Mas parece evidente que o rapaz está mentindo. Ou seja, não só perde os dedos, como abandona de vez qualquer resquício de caráter que poderia ter, acusando a polícia pela trapalhada que, ao que tudo indica, foi feita por ele mesmo ao acender um rojão para lançar sobre policiais.
“Põe a mão na consciência, rapaz!”, diria algum provocador com ironia. De fato, as redes sociais ganharam “memes” após o acidente. Uns diziam que ele iria finalmente conhecer a “mão invisível” de que Adam Smith falava, e outros alegavam que, agora, ele jamais poderia escrever nada à direita. Um grupo também brincava que era tudo uma estratégia para derrotar a reforma da previdência, que pretende aumentar a idade mínima, pois agora ele poderia se aposentar por invalidez.
Humor negro? Sem dúvida. Mas é difícil sentir peninha quando lembramos que um desses rojões, em “manifestações” passadas, ceifou a vida do cinegrafista Santiago Andrade. Pena eu sinto de sua família, não de black blocs criminosos, que sabem muito bem o que estão fazendo, e que desejam atingir policiais, funcionários públicos encarregados de preservar a ordem.
Quem brinca com fogo faz xixi na cama, ensina todo pai aos filhos pequenos. Pelo visto, alguns nunca aprendem a metáfora. Quem parte para cima da polícia, quem enfrenta com violência a lei e a ordem em nome de sua “revolução” (no caso, preservar o imposto sindical), precisa saber que haverá consequências, resposta, reação. E quando não é a polícia, é a própria incompetência dos baderneiros que produz feridos.
Se o rapaz tem que ser indenizado, que seja pelos sindicatos que convocaram essa massa de manobra para seu espetáculo violento em busca de uma narrativa política para proteger a quadrilha petista. Mas melhor aproveitar para tirar uma grana logo, pois essa mamata, esse imposto sindical indecente, está com os dias contados.
Aquele show de barbárie na quarta em Brasília foi um tiro no pé, pois a população viu claramente o absurdo, até onde esses marginais são capazes de chegar só para manter seus privilégios indevidos. Vão-se os anéis e ficam os dedos, diz o ditado. Nesse caso o “manifestante” perdeu os dedos, e os sindicatos perderão também os anéis, que tomam à força do trabalhador brasileiro.
Rodrigo Constantino