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Manuela D’Ávila perde processo de censura contra Joselito Muller em segunda instância

Segundo o próprio Joselito Muller, personagem humorístico com viés mais à direita, a pré-candidata a presidente Manuela D’Ávila perdeu em segunda instância um processo que movia contra ele, e ainda lhe deve três contos de réis, que o sacana pretende gastar com meretrizes baratas (em Cuba tem um monte).

A notícia tem importância pois a extrema-esquerda tem tentado utilizar a censura como mecanismo para calar humoristas, e Danilo Gentili e Joselito Muller são os alvos preferidos, pois tiram sarro da cara dos comunistas sem dó nem piedade. Revolucionários nunca tiveram muito senso de humor.

E censura é com a esquerda mesmo! Quem não lembra do grupo de Paula Lavigne e Caetano Veloso liderando uma campanha contra as biografias não-autorizadas, as únicas que importam (as outras sendo material de publicidade apenas)?

A censura esquerdista tem se alastrado para as artes também. Tivemos tentativas de boicotes a dois filmes recentemente, só porque foram associados à “direita”. O crítico de cinema Miguel Forlin publicou um ótimo texto na Gazeta do Povo sobre o assunto, e concluiu:

É sabido que a história do cinema está repleta de casos de intolerância. Sendo a arte do século que ficou caracterizado, principalmente, pelo totalitarismo, não podia ser diferente. As distintas manifestações do nazismo e comunismo no Ocidente e Oriente quase sempre obrigaram artistas a abandonarem os seus países natais e buscarem abrigo em nações mais livres. Curiosamente, na maioria desses casos, a censura se mostrava explicitamente. Hoje se revela de maneira velada, através de argumentos que fingem moderação, mas negam ao outro a possibilidade de coexistir pacificamente. Invariavelmente, o que isso nos ensina é que o caminho a ser trilhado é sempre o da compreensão. Se um ponto de vista divergente do nosso é apresentado com qualidade, contundência e relevância, nosso dever como cidadãos é aceitá-lo como legítimo e aprender a conviver pacificamente ao seu lado. Caso contrário, teremos de chamar a arte de propaganda e, assim, caminharemos para o mesmo abismo no qual a história da humanidade tantas vezes se jogou.

Nada como a intolerância dos “tolerantes” de hoje! Os “progressistas” falam em nome da liberdade de expressão, mas só quando é para colocar crianças tocando no corpo nu de um homem estranho. Quando é para respeitar as piadas e os filmes que, de alguma forma, combatem a própria visão de mundo “progressista”, sai de baixo!

Na resenha que escrevi recentemente do novo livro de Yuri Vieira, autor que escreve ótimos contos e que também é crítico ao esquerdismo, destaquei um trecho sobre essa falta de senso de humor da esquerda:

Seu Roberto, antes de as pessoas perderem o bom senso, elas perdem o senso de humor. É sempre assim. Nós vivemos uma época complicada, revolucionária, cheia de gente que tenta negar, não os aspectos nocivos da nossa animalidade intrínseca, mas a própria natureza humana. Um dia, nosso corpo morrerá e não sobrará senão nossa humanidade. Nossa animalidade ficará na cova.

Desconfio muito de quem não tem senso de humor! O riso, como dizia Bergson, é fundamental como crítica à sociedade. Em seu ensaio sobre a comicidade, o filósofo afirma que o riso, pelo medo que inspira, mantém constantemente vigilantes certas atividades que correriam o risco de adormecer; ele “flexibiliza tudo o que pode restar de rigidez mecânica na superfície do corpo social”.

Mas a turma politicamente correta vem tentando asfixiar o humor, ao menos aquele livre, a ponto de o publicitário Washington Olivetto afirmar que isso matou a liberdade criativa. Há quem queira apenas o “humor” politicamente correto, ou que tenha como alvo somente a “maioria opressora”, os homens brancos heterossexuais conservadores.

Quando o humor passa a ser censurado, porque “ofende as minorias”, damos um perigoso passo rumo ao totalitarismo. É, portanto, uma ótima notícia que a comunista Manuela D’Ávila tenha sido derrotada na Justiça, e que Joselito Muller possa continuar fazendo troça com a patricinha que “ama” Cuba, mas prefere fazer enxoval na ultracapitalista New York. Ela deve mesmo ter tentado ir a Cuba, mas foi parar em Nova York por puro acidente…

Rodrigo Constantino

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