Vejam essa notícia:
A MOGA é uma marca australiana especializada lenços de cabeça e xales que tem em seu DNA o comprometimento com questões sociais – tanto que um dos seus itens mais vendidos é um tecido com as cores da bandeira do arco-íris feito em comemoração à legalização do casamento homoafetivo na Austrália.
Agora, a empresa tomou uma decisão impactante: ela não irá mais contratar modelos brancas para suas campanhas. “Fiz esta regra para ser o ponto inicial de um debate que acho muito importante: raça e sua representação na indústria da moda”, explica Azahn Munas, fundador da marca, para a Teen Vogue. “Quero explorar a noção do ‘poder branco’ na moda e porque tantas pessoas estão perpetuando este conceito – conscientemente ou não. Embora ela seja excludente a primeira vista, é em nome da inclusividade. Queremos alcançar pessoas que não são representadas na indústria.”
A nova regra foi divulgada durante a uma ação da MOGA que procura modelos para o próximo ano. Podem participar mulheres de todo o mundo, com ou sem experiência prévia, de todos os tipos de corpos e todas as raças – só não podem ser brancas caucasianas. “Desculpa, meninas, achamos vocês absolutamente lindas mas, infelizmente, essa não é para vocês”, diz o texto.
“Rodrigo, você errou, trocou no título: são mulheres brancas que foram barradas no baile”. Eu sei disso. Não errei: troquei de propósito, só para chamar a atenção do leitor para o evidente caso de racismo. Se uma marca qualquer anunciasse que mulheres negras são lindas, mas não são bem-vindas como suas modelos, o mundo desabaria sobre sua cabeça, haveria revolta generalizada, denúncia e processos judiciais – com razão.
Mas o “racismo do bem” é tolerado, pois é uma “resposta”, uma “reação”, uma “reparação” às injustiças passadas. Na marcha das “minorias oprimidas” o problema não é o racismo em si, ou seja, julgar alguém com base em sua cor ou “raça”, mas sim quem é alvo desse racismo. Se forem os “malditos” brancos, aí tudo bem. E se forem os homens brancos, e heterossexuais ainda por cima, então pode detonar mesmo, queimar em praça pública, especialmente se for cristão ou judeu.
A “revolução das vítimas” é uma das maiores ameaças às liberdades na era moderna. Que muitos “liberais” não sejam capazes de enxergar isso é realmente um espanto. A política de identidade é o coletivismo atual, a reencarnação do velho comunismo, trocando classe por raça ou gênero. E dessa vez os recalcados “igualitários” estão vencendo.
Basta pensar na reação se a notícia fosse como meu título, banindo negras em vez de brancas. O mundo, com sua elite culpada, está anestesiado, deixando o racismo voltar com força, pois agora é um “racismo do bem”. Isso vai acabar muito mal…
Rodrigo Constantino
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