Vou te contar uma coisa: o ócio não tem sido nada criativo para essa turma da elite entediada, que tem abraçado causas cada vez mais bizarras na falta do que fazer, de um trabalho de verdade ou de uma crença religiosa séria. A nova vítima da patrulha politicamente correta foi a bela atriz Marina Ruy Barbosa. Seu grande “pecado”? Ela postou uma foto acariciando um cachorro. Mas era o cachorro “errado”, pois tinha raça. Vejam:
O tal Move Institute, que eu felizmente nunca tinha ouvido falar e descobri que ao menos tem bom gosto musical (a música de abertura de seu site é “Take Five”, meu jazz preferido), utiliza como lema a ideia de que é errado comprar um “amigo” (no caso, um bicho de estimação), alegando que devemos apenas adotá-los. E de preferência os vira-latas apenas.
Só o fato de Marina responder esse absurdo, justificando-se, mostra como a patrulha foi longe demais, passando de qualquer limite (e eu pensava que a turma radical da Peta era o ápice do ridículo). O simples ato de comprar seu bichinho de estimação, de preferência um cachorro de raça, significa agora que você é um “opressor”. Eis aqui eu oprimindo, então, com meus dois cachorros:
O Bono é um maltês puríssimo, comprado (e caro), enquanto a Mel é uma shih-tsu legítima, tibetana por temperamento, igualmente adquirida num pet shop. Se hoje mais cedo descobri que sou um “machista”, agora descubro que sou também um insensível com animais, pois em vez de adotar, resolvi comprar os meus cães de raça. Eles dormem no meu quarto, levam uma vida de nababos, mas não importa: ou eu pegava um vira-lata na rua, ou sou quase um monstro capitalista!
Marina, a mais linda atriz da televisão brasileira (pedi permissão à esposa para dizer isso, fiquem tranquilos), mandou mal de se dar ao trabalho de responder essa gente xiita. Mas ela está perdoada. Ela pode até ser esquerda caviar se quiser, com aqueles cachos cor de fogo que, como lembrou meu amigo Alexandre Borges, lembra a Vênus de Botticelli:
Se Marina está perdoada, porém, seus detratores não estão. É imperdoável criticar qualquer coisa na foto postada pela atriz, ainda mais o fato de o cachorro ser de raça. Chesterton dizia que o problema não era não acreditar em Deus, mas sim passar a acreditar em qualquer coisa. Essa gente desocupada vive assim, pulando de galho podre em galho podre, endossando manias e seitas cada vez mais fanáticas, absurdas e intolerantes. E fazem isso enquanto se sentem as almas mais bondosas que já habitaram esse planeta, mesmo sem acreditar em almas…
O risco de muita falta do que fazer em meio a uma bolha “progressista” é esse: você acabar enchendo o saco de uma atriz famosa só porque ela postou uma foto com um cão de raça. Que falta faz uma louça para lavar! Mas poderia ser pior. Somando isso à maconha e a uma vaidade excessiva, você poderia acabar como o Greg, escrevendo que combater o salário mínimo gerador de desemprego, especialmente aos mais jovens e às minorias, é como defender a escravidão no passado. A burrice é mesmo um espanto!
Rodrigo Constantino
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