A lenda do tênis – e defensora dos direitos LGBT – Martina Navratilova disse que permitir a participação de homens trans que se transformaram em “mulheres” na competição feminina é algo “insano” e uma “trapaça”. A tenista russa já tinha dito isso antes, mas agora reforçou seu ponto num texto mais profundo publicado no Sunday Times de Londres.
Para ela, mesmo homens que passaram por tratamentos de hormônio e cirurgias de mudança de gênero possuem uma vantagem competitiva contra mulheres naturais. “Permitir que homens compitam como mulheres simplesmente porque trocaram seus nomes ou tomaram hormônios é injusto”, alegou.
A dificuldade para atletas femininas atingirem notoriedade é grande, diz, e não é razoável homens que alteraram seu gênero por declaração e tratamento limitado de hormônio alcancem o topo de forma meteórica, como tem acontecido. Navratilova diz que não se importa de se dirigir a um homem trans como mulher, da forma que “ela” preferir, mas que não ficaria feliz de competir contra ela, o que não seria justo.
Navratilova não será facilmente enquadrada no estereótipo de preconceituosa de direita. Ela mesma já sofreu preconceito quando se declarou gay ainda no começo dos anos 1980. A constatação que faz, porém, não tem nada a ver com minorias, e sim com a preservação do esporte feminino. Simplesmente se proclamar mulher e competir na categoria feminina é um absurdo mesmo.
Após ela afirmar isso pela primeira vez, houve forte reação da comunidade trans, o que só fortaleceu seu ponto de vista. “Para colocar o argumento em sua forma mais básica: um homem pode decidir ser mulher, tomar hormônios se exigido por qualquer organização esportiva, ganhar tudo à vista e talvez ganhar uma pequena fortuna, e então reverter sua decisão e voltar a fazer bebês, se ele assim o desejar”, resumiu a tenista.
Não obstante suas credenciais LGBT e a lógica impecável de seus argumentos, claro que Navratilova seria tachada de “transfóbica”. É a reação irracional de quem não tem contrapontos, precisando calar o debate com rótulos depreciativos. Enquanto a patrulha vai tentando calar os “dissidentes”, homens que se dizem mulheres vão vencendo em lutas, ciclismo e outros esportes em que a força física faz diferença.
Esse assunto já foi debatido com maior profundidade em nosso podcast Ideias, com a participação de Ana Paula Henkel, nossa estrela do vôlei nacional:
Impedir que homens “transformados” em mulheres possam competir em esportes femininos não tem absolutamente nada a ver com preconceito ou “fobia”, e sim com puro bom senso. Afinal, por mais que os adeptos da “ideologia de gênero” desejem acreditar diferente, a biologia ainda importa. A ideologia não supera a ciência.
Rodrigo Constantino