A polêmica tomou conta das redes sociais: o Ministério da Educação enviou um email para escolas pedindo que filmassem crianças cantando o hino nacional. Além disso, o uso de slogan oficial do governo na mensagem mistura governo e estado, no pior estilo petista. Não há como defender o que foi feito.
Entenda melhor o caso:
Nas redes sociais, formadores de opinião associados à direita também criticaram o ministro, por motivos diferentes, mas alguns chegaram a ironizar que a verdadeira revolta foi mesmo ver crianças cantando o hino nacional, ou apontaram para outros casos que deveriam revoltar muito mais, como crianças em “escolinhas” do MST, sendo doutrinadas no comunismo. Vejam alguns comentários:
Eu não quero minha filha filmada em atividades na escola. Ponto final. Foi o que disse. Não a quero filmada, cantando o hino ou jogando basquete. Muito menos para que as imagens sejam enviadas para governo. É simples. Questão de princípio. – Carlos Andreazza
O pedido do Ministro Ricardo Vélez para que os alunos cantem o hino nacional no primeiro dia do ano letivo não é um problema, já que o Art 39 da Lei 5.700 regulamenta isso. O problema é misturar a música símbolo do país com uma mensagem que tem cunho político. Sempre tive para mim que o patriotismo é um sentimento genuíno que nasce do senso de pertencimento que uma pessoa tem para com o lugar em que nasceu. Em sua maioria, os brasileiros não conhecem a história de seu país. De modo que obrigar alunos a cantarem o hino nacional acaba, no meu entender, tendo efeito nenhum. A coisa se reduz a uma atividade burocrática e chata que será encarada com desdém.- Guilherme Macalossi
Entendo como equívoco pedir pra filmar e usar o slogan de campanha “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. O slogan do governo é “Pátria Amada Brasil”. No entanto, tenho a impressão que muita gente está incomodada mesmo é com o Hino Nacional. Entendo que houve equívoco na mensagem do MEC, mas de qualquer forma, deixo essa imagem de crianças fantasiadas de MST para cantar o Hino Nacional. – Paulo Eduardo Martins
A escola do meu filho tem reunião no pátio para cantar o Hino uma vez por mês. As crianças adoram. Mas é algo consensuado, e não determinado pelo MEC. As escolas têm autonomia pedagógica. E ler uma carta com slogan do candidato (nem do governo) não tem justificativa alguma. – Vera Magalhães
Cantar o hino na escola é super legal, a criançada curte. Agora, cantar o hino porque MEC pediu, gravar nossos filhos sem autorização, fazê-los lerem uma carta com a propaganda do governo e mandar o vídeo pra Brasilia pra fazerem sei lá o que, definitivamente, não dá. – Natuza Nery
O MEC passou as últimas duas décadas fazendo lavagem cerebral esquerdista. Silêncio absoluto na extrema-imprensa. No segundo mês de Bolsonaro, o MEC faz uma sugestão imprópria abertamente e a reação da extrema-imprensa é sugerir ditadura iminente. Mais um exemplo de hegemonia. – Leandro Ruschel
Se a simples orientação do Ministério para que as crianças cantem o Hino Nacional nas Escolas já causou esta chiadeira nos comunistas, imagina quando o Ministro @ricardovelez começar a mexer em temas espinhosos dentro do MEC. – Boris Casoy
Em linhas gerais, considero o que foi feito pelo MEC um grande equívoco, e por mais que goste da ideia de se resgatar certos valores patrióticos em nossas escolas, não sou do tipo que julga que os nobres fins justificam quaisquer meios. Governo e estado devem ficar mais afastados também. Estrela vermelha em casa oficial do presidente era símbolo dessa mistura tóxica na era petista. Não podemos aceitar o mesmo erro agora, com slogan de governo fazendo parte de mensagem que deveria ser de estado. Filmar crianças também é outra parte que incomoda, como bem apontou Carlos Andreazza.
Por fim, concordo com Paulo Martins, Leandro Ruschel e Boris Casoy num aspecto: o senso de proporção parece mal calibrado aqui, uma vez que essa atitude do ministro despertou tanta fúria, enquanto a doutrinação comunista em escolas costuma ser um tanto ignorada. É preciso encontrar um equilíbrio: criticar o ministro sim, apontar os erros, cobrar separação entre governo e estado, mas manter em mente qual o verdadeiro mal que assola nossas escolas: o marxismo cultural, que o ministro Ricardo Vélez acertadamente identifica como o maior vilão a ser derrotado.
Rodrigo Constantino
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