| Foto:

O Ministério da Educação anunciou a reitores nesta quarta-feira um projeto para alterar a configuração jurídica das universidades federais, tornando-as mais abertas ao mercado. O governo federal fará uma consulta pública ainda em julho, vai compilar as propostas recebidas e, em outubro, quer entregar ao Congresso uma proposta de alteração na legislação.

CARREGANDO :)

“Uma das propostas apresentadas pelo MEC é adotar nas universidades o modelo de “organização social”, uma entidade vinculada ao governo, mas de gestão privada, sem fins lucrativos, que deve prestar contas ao Estado, como ocorre no Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), no Rio de Janeiro, que é reconhecido por sua excelência.

Publicidade

Só 40% do orçamento das melhores universidades públicas do mundo vem do Estado, o resto é financiado pelo mercado”, lembrou o secretário do Ensino Superior do MEC, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. No Brasil, menos de 1% do orçamento das universidades federais não sai do governo federal – as instituições não têm parceria com empresas para desenvolver problemas concretos do país, gastam em média 85% do seu dinheiro com pessoal e criam pesquisas que acabam não sendo aplicadas.

“O que nós estamos propondo é uma revolução conjunta”, disse o ministro da Educação Abraham Weintraub. “Diante desse ano muito difícil que nós estamos passando, a gente apresenta uma alternativa de liberdade, de crescimento, de riqueza e desenvolvimento a ser construída por todos nós”.

Além de estudar uma mudança legislativa, o “Future-se” será um programa que, com a adesão voluntária das universidades, permitirá às instituições realizar uma série de iniciativas para conseguir verbas na iniciativa privada. O MEC informou ainda que quer implantar uma “cultura de pertencimento” nas universidades federais, que promova doações de ex-alunos e empresas, como ocorre com frequência aqui nos Estados Unidos.

Trata-se de ótima notícia. Tenho criticado a postura do ministro Weintraub, da ala mais ideológica do governo, mas quando acerta é preciso elogiar também. Curiosamente, houve protestos contra essas medidas. Como assim protestar contra a liberdade de se buscar mais verbas na iniciativa privada?

Pelo visto, a esquerda quer manter as federais como antros caquéticos do marxismo ultrapassado, consumindo quase toda verba com doutrinadores disfarçados de professores e reitores. E pro inferno com os alunos!

Rodrigo Constantino