Por Alexandre Borges
Num gesto de grandeza, maturidade e lucidez, Megyn Kelly e Donald J. Trump finalmente se reencontraram ontem para uma entrevista exclusiva.
No primeiro debate republicano, em agosto do ano passado, a loura que lidera o horário nobre entre as emissoras especializadas em notícias fez uma pergunta que Donald Trump não gostou. Ele reagiu com a agressividade de costume, criando uma animosidade que continuou nas redes sociais entre seus seguidores.
O maior climão entre os conservadores americanos finalmente acabou porque ambos são quem são: gente de inteligência, sucesso e com uma clara noção de responsabilidade sobre o papel que hoje desempenham no mundo para combater a esquerda e a aterradora possibilidade de mais um mandato democrata na América.
Ambos perceberam que há muito mais em jogo do que a própria vaidade, o pecado favorito do capiroto segundo John Milton, papel vivido por Al Pacino em “O Advogado do Diabo”. Em “Ligações Perigosas”, a Marquesa de Merteuil (Glenn Close) disse: “vaidade e felicidade são incompatíveis”.
Aprendemos com Eric Voegelin que “uma reforma não pode ser realizada por um líder bem intencionado que recrute os seus seguidores entre as mesmas pessoas cuja confusão moral é a fonte da desordem.” Com Russell Kirk, entendemos que “os homens não vão melhorar o mundo ateando fogo nele. É preciso que busquem suas antigas virtudes e as tragam de volta à luz” e “se você quer ordem na sociedade, primeiro é preciso que haja ordem na alma de cada indivíduo.”
O encontro de Trump e Kelly é um divisor de águas na campanha presidencial deste ano. Trump está mostrando que conquistar a Casa Branca é mais importante que qualquer idiossincrasia, que sua derrota será a vitória das forças que querem desfigurar o mais livre, próspero e bem sucedido país da história. Que sirva de lição a todos que pensem em combater a esquerda.
– MEGYN KELLY FULL INTERVIEW WITH DONALD TRUMP (17/05/2016) – https://www.youtube.com/watch?v=LFoUSoqKxRY
– “Trump desde criancinha” – http://bit.ly/1rvMnL6
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Comento: Kelly, que é uma apresentadora fantástica, arrancou algumas respostas interessantes de Trump com suas perguntas diretas. Numa delas, ela quis saber se caso ele perdesse tudo teria valido a pena, pois ele já mudou a política americana, talvez para sempre. Sua resposta mostra porque Trump tem feito tanto sucesso com pessoas cansadas de Washington, da política tradicional e do politicamente correto. Ele mandou na lata que “não”, que tudo teria sido um desperdício de energia, tempo e dinheiro caso fosse derrotado. Está nisso só para vencer mesmo. Que político responde dessa maneira? Todos, sem exceção, repetem aquela ladainha de que foi uma experiência incrível, de que ao menos mobilizou milhões de pessoas, que isso faz parte do jogo etc. No fundo, estão todos revoltados com a derrota, loucos para dizer que o eleitorado fez besteira. Trump é o único que efetivamente diz isso, e ainda reclama que teria gasto dinheiro à toa. Merece crédito por essa postura, convenhamos…
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