A República do Caixa Dois ficou exposta com a “Lista de Fachin”, que colocou inúmeros políticos do alto escalão sob suspeita e investigação. Nunca antes na história deste país a classe política gozou de tão pouca credibilidade. A Odebrecht, ao que tudo indica, não era bem uma empreiteira, mas um centro de distribuição de propina e recursos ilícitos para campanhas políticas. “Não se salva um, meu irmão.”
Mas, em que pesem os indícios de corrupção generalizada, cabe perguntar: a quem interessa misturar tudo e todos num grande saco podre? Que nossa política faz uso de caixa dois há anos, todos sabem. Que isso é crime e não deve ficar impune, idem. Mas daí a reduzir ao caixa dois o que fez a quadrilha petista, em conluio com a própria Odebrecht, isso é absurdo e só interessa mesmo aos próprios petistas.
Foi Lula quem, em 2005, tentou assumir esse delito menor para livrar sua turma dos crimes maiores. O mensalão tinha estourado, um esquema de compra de deputados para o controle da máquina estatal por um só “partido”, e Lula, o “amigo” da Odebrecht, reconheceu o erro do caixa dois, o que todos faziam antes dele. Do “nunca antes” foi para o “sempre antes”, e tentou com isso blindar seu PT de acusação bem mais grave.
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Rodrigo Constantino
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