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Melhor Alexandre Frota do que Renato Janine. Ou: A esquerda e sua hipocrisia

A visita do ator Alexandre Frota ao ministro da Educação gerou enorme reboliço na esquerda. Usaram o fato de Frota ser ator “pornô” para atacar o ministro Mendonça Filho, do DEM. A esquerda realmente não cansa de dar provas de sua eterna hipocrisia. Senão, vejamos: não é a própria esquerda que adota postura de relativismo moral, alegando que uma prostituta não é pior do que ninguém? Não é a mesma esquerda que incentiva a marcha das vadias? E não é essa esquerda que também tenta introduzir uma “educação sexual” cada vez mais precoce nas escolas?

Mas aí quando um ator pornô vai falar com o ministro da Educação, não pode! É um absurdo! Seria a esquerda a mais… moralista, puritana, intolerante, contra a diversidade? Pois é: o que seria da esquerda sem o duplo padrão moral, sem sua seletividade total? Mendonça aproveitou a ocasião para sair em defesa da verdadeira diversidade, aquela que a esquerda só prega da boca para fora, mas nunca coloca em prática:

Mendonça afirmou que conheceu Marcelo Reis e Frota durante as mobilizações contra a presidenta afastada, Dilma Rousseff. “Não discrimino ninguém, porque respeito a liberdade de cada pessoa fazer suas escolhas de vida. Conheci Frota no movimento pró-impeachment, assim como o pessoal do Revoltados On Line. Não vejo problema em recebê-los para uma visita”, afirmou.

O encontro foi muito criticado pela esquerda. O deputado Federal Ivan Valente (PSOL/SP) chamou o encontro de “escárnio”. E concluiu: “Economizaremos palavras para qualificar Alexandre Frota e os motivos de nossa indignação. Agora, temos que aqui denunciar o nível rasteiro do governo golpista que se instala”, afirmou.

Outra a criticar o encontro foi a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS), por meio de seu perfil no Twitter. “Que irresponsabilidade deste Michel Temer com a educação brasileira! Alexandre Frota como consultor do MEC?”, postou a parlamentar.

Pois é, gente. Para a esquerda, podemos chamar de “intelectual” figuras como Emir Sader, Leonardo Sakamoto, Gregorio Duvivier, Vladimir Safatle, mas um ministro não pode receber Alexandre Frota. Claro que, na prática, não são as atividades “artísticas” de Frota que incomodam, e sim o fato de ele ser antipetista, ter defendido o impeachment de Dilma e ter levado para o ministro um projeto contra a doutrinação ideológica nas escolas.

O projeto em si é ótimo, fundamental, e conta com o apoio de inúmeros intelectuais de verdade, assim como professores sérios, que entendem que as salas de aula não são diretórios partidários. Mas claro que a imprensa esquerdista não perderia a oportunidade de associar o Escola Sem Partido, do advogado Miguel Nagib, a Alexandre Frota, pois fica mais fácil desqualificá-lo dessa forma, sem precisar de argumentos. O UOL já começou seus trabalhos:

Para o filósofo Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da USP e ex-ministro da Educação, de abril a setembro de 2015, a proposta fere o próprio conceito de educação. “A pretexto de reduzir algum caráter ideológico do ensino, essa proposta coloca em risco todo o ensino. No limite, não se vai poder falar de ciência, do que as ciências sociais e políticas descobriram nos últimos 200 anos. Isso é contra a modernidade”, disse.

“As ciências humanas têm estudos do socialismo ao capitalismo. Não se pode confundir o ensino das controvérsias que existem na ciência com ideia de doutrinação ou com partido político. Isso é um golpe contra o conhecimento. Estudar Karl Marx é necessário nas ciências sociais, mas não quer dizer quem estuda Marx vira marxista. Não é à toa que quem propõe isso não é exatamente uma referência científica ou em educação”, complementou.

Janine é dissimulado, age de má-fé, pois finge que não sabe que o projeto não pretende impedir ninguém de falar do marxismo, e sim de doutrinar com base nessa seita ideológica. Que, aliás, o ex-ministro aprecia. Tanto que foi ministro da Educação do governo bolivariano de Dilma. Janine mesmo disse que era preciso conquistar “mentes e corações” dos alunos, ou seja, coloca-se como portador de uma “verdade” a ser enfiada cérebro adentro dos alunos. Tem usado seu espaço na imprensa para defender o indefensável: o governo Dilma.

Se for preciso escolher entre Alexandre Frota e Renato Janine, não resta dúvida: o ator pornô causa menos estrago. O que ele faz nas atrizes é o que Janine e companhia fazem na cabeça dos alunos. E é justamente o que o projeto Escola Sem Partido quer impedir, de acordo com a lei e a Constituição. Mas felizmente não precisamos escolher: Frota tem direito às suas ideias, mas ele não é o ícone desse movimento. Há, como disse, muita gente boa por trás, e a imprensa tenta desviar o foco para ter um alvo mais fácil.

Doutrinação ideológica em sala de aula é crime! O professor não pode agir como militante partidário. O marxismo deve ser ensinado, mas de forma isenta e com direito ao contraditório. No mais, nunca deveria ter tanto peso na grade curricular, pois se trata de uma ideologia completamente fracassada, ultrapassada, que só serviu para trazer miséria e escravidão ao mundo.

Claro que uma batalha dessas desespera os “intelectuais” de esquerda. Acostumaram-se à hegemonia na cultura e na educação, por décadas a fio. Mas isso está mudando. Os brasileiros estão cansados de tanta doutrinação, de tanta lavagem cerebral, de ter um comunista como Paulo Freire como o “patrono” de nossa “educação” – o que explica nosso fracasso internacional nessa área. O estupro cerebral está com seus dias contados. A pornografia que não aceitamos mais é aquela dentro das salas de aula, em que comunistas se disfarçam de professores para “fazer a cabeça” dos jovens. Chega!

Rodrigo Constantino

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