Por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal
Quero fazer aqui um mea culpa. Fui dos primeiros a saudar as passeatas dos coletes amarelos na França e sua vitória contra o aumento do imposto ecológico sobre a gasolina. Parecia, pelo menos no princípio, que os franceses estavam finalmente caindo na real. Alguns mais otimistas chegaram a pensar no fim próximo do estado de bem estar francês. Mas não era o caso, como se vê agora.
Depois de conseguir o cancelamento do novo imposto, os coletes amarelos continuaram protestando e pedindo mais. E aí apareceu a real índole da maioria daquele povo.
Na França, há muito as pessoas se acostumaram a correr para o papai-estado para resolver seus problemas. Os gastos do governo por lá já somam mais da metade do PIB, o crescimento econômico é pífio há décadas, mas ninguém quer saber de cortar os gastos (principalmente os chamados gastos sociais).
Apesar dos protestos contra o aumento de impostos, eles realmente não acreditam na redução do tamanho do estado.
Recentemente, os coletes amarelos publicaram uma nova lista de reivindicações, que incluem resolver a falta de moradia, um sistema tributário mais progressivo, aumento do salário mínimo, estacionamento gratuito no centro da cidade (?!), aumento de impostos para grandes empresas e aposentadoria mínima de € 1200.
Algumas dessas reivindicações, como o aumento do salário mínimo em cem euros (bancados exclusivamente pelo governo) e a pensão mínima de $1200 já foram aceitas pelo Governo Macron.
Menos governo? Nem pensar! Os franceses querem ainda mais. A que custo? Só o futuro dirá…