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Mercado reduz estimativa de crescimento e aumenta a de inflação para 2015

Segunda-feira é dia de o Banco Central divulgar o relatório Focus, com as estimativas dos principais analistas do mercado. Como tem sido o comum, houve nova rodada de revisão das expectativas, com viés cada vez mais pessimista. O mercado espera crescimento cada vez menor e inflação cada vez maior para 2015, o “ano perdido”.

Crescimento do PIB esperado para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg Crescimento do PIB esperado para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg

O PIB, segundo estimativas desses analistas, deverá crescer apenas 0,5% em 2015, um ano de fortes ajustes necessários. Arrisco dizer que ainda se trata de uma projeção otimista, e não descarto a possibilidade razoável de o Brasil experimentar uma recessão no ano, ou seja, uma queda da atividade geral.

Inflação esperada para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg Inflação esperada para 2015. Fonte: Focus/Bloomberg

Não obstante o “crescimento” anêmico projetado, o mercado acha que a inflação, medida pelo IPCA, irá estourar o teto da elevada meta, fechando 2015 acima de 6,5%. Em outras palavras, a estimativa do mercado é que 2015 será mais um ano de estagflação, na verdade com um agravamento do quadro atual. São os custos altos pelos equívocos do governo nos últimos anos.

Chama a atenção o fato de que os economistas desenvolvimentistas, ligados ao governo Dilma, insistam em seu manual de economia, mesmo após retumbante fracasso de seu modelo. Tudo que as políticas expansionistas do governo Dilma conseguiram produzir foi estagnação com inflação.

Agora vem um “fiscalista” ortodoxo fazer o “trabalho sujo”, tentar colocar a casa em ordem, e será ele – e suas medidas restritivas tidas como “neoliberais” – o acusado pela situação lúgubre da economia. Mas tudo isso foi cantado lá atrás, pelos economistas liberais, críticos do nacional-desenvolvimentismo de Dilma e Mantega. Foi tudo previsto por quem entende mais de economia, por quem sabe que é impossível produzir crescimento sustentável depositando no estado o controle minucioso da economia.

O intervencionismo exacerbado, o voluntarismo, o aumento dos gastos e do crédito públicos, os subsídios seletivos, a escolha dos campeões nacionais, o controle do câmbio e dos preços, todo o manual desenvolvimentista, enfim, fracassou uma vez mais. O triste é que sabemos que, novamente, essa turma não vai aprender a lição…

Rodrigo Constantino

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