Hoje a bilionária apresentadora Oprah Winfrey completa 60 anos de idade. Tida como uma das mulheres mais poderosas do mundo, Oprah é vista como a defensora dos “fracos e oprimidos”. Com autorização da editora, segue, então, meu presente de aniversário: o trecho sobre sua pessoa no meu livro Esquerda Caviar:
Oprah Winfrey
A lei das consequências não intencionais deveria ser ensinada a toda celebridade. Oprah precisava saber disso. Sua “escola para garotas”, criada na África, transformou-se em uma casa de horrores, com vários testemunhos de alunas – inclusive perante a corte, na África do Sul – vítimas de abusos sexuais de parte das supervisoras. A realidade, esta ingrata!
Oprah é a rainha do politicamente correto, e fez verdadeira fortuna valendo-se disso (seu patrimônio é estimado em mais de US$ 2 bilhões). Seu programa, quase sempre voltado à vitimização, angariou enorme audiência, o que lhe concederia o título de uma das mulheres mais poderosas do mundo. A força de Oprah vem da exploração da fraqueza alheia. É um paradoxo que uma mulher tão poderosa seja identificada com a fragilidade feminina.
O sofrimento dos “oprimidos”, das “minorias”, das mulheres, quanto mais gente estiver disposta a chorar em público, a se lamuriar em busca de comiseração, mais força e mais dinheiro terá a apresentadora. Às vezes até uma celebridade como Tom Cruise encontra ali o palco perfeito para mostrar afetação patética, saltitando no sofá e declarando seu amor por Kate Holmes para desviar boatos de uma suposta homossexualidade. Oprah, que alguém mais duro poderia chamar de uma espécie de abutre do sofrimento alheio, sabe como poucos que o sensacionalismo barato vende, e muito caro!
A biografia não-autorizada da celebridade, escrita por Kitty Kelley, expõe várias das contradições e mentiras de Oprah. Ela adora exagerar sobre sua infância pobre, por exemplo, chegando a dizer que tinha duas baratas como bichos de estimação! A fantasia é negada por parentes, como sua meia-irmã e sua prima, que entregam diversas outras farsas da apresentadora, incluindo a confissão de que teria sido estuprada na adolescência.
Em agosto de 2013, Oprah ganharia as páginas dos principais jornais do mundo ao afirmar ter sido vítima de racismo em uma loja chique na Suíça. A dona da loja negou a acusação, alegando se tratar de um problema de comunicação. Que vendedora deixaria de vender uma bolsa de milhares de dólares? Após o estrago causado por sua vitimização, Oprah se desculpou pela proporção que tomou o suposto tratamento preconceituoso. O pedido de desculpas não teve, nem de perto, a mesma repercussão na imprensa.
Para uma “progressista” moderna, até que se mostra bem careta de vez em quando. Ela sempre fez de tudo para esconder que tinha um irmão homossexual, que viria a morrer de AIDS. Segredos fazem parte do cotidiano de Oprah, e todos que trabalham para ela precisam assinar um termo de confidencialidade. Tem paranoia com o controle de tudo, principalmente das informações sobre sua vida e seu passado.
A origem do fenômeno esquerda caviar ligada ao desejo enorme de ser querida por todos encontra em Oprah o ícone perfeito também. Ela mesma já declarou que precisa ser amada por todos, inclusive por aqueles de que não gosta. Carência afetiva? Provavelmente. Mas isso a levou a vestir sempre uma capa sensacionalista e dramática para conquistar a simpatia da multidão. Como Kitty Kelley bem resumiu, as ambições de Oprah foram gigantescas, e seu desejo por reconhecimento quase insaciável.
Confrontada pela “tia” Katharine certa vez sobre o motivo de tantas mentiras, teria respondido que é isso que as pessoas desejam ouvir. A verdade é entediante, e o povo não quer tédio, e sim drama. Seria bom, entretanto, que nos lembrássemos deste pendor de Oprah pela ficção quando nos vier vender as maravilhas de um candidato político. Afinal, as donas de casa entediadas também votam!
Uma vez, comparando-se a Phil Donahue, Oprah afirmou que era menos intelectual que ele, e que apelava mais ao coração do público. Achava pretensioso tratar com profundidade um assunto em um programa de apenas uma hora. Faz algum sentido. Só não nos esquecemos de que não há algo mais esquerda caviar que isso: pura emoção, nada de razão!
Rodrigo Constantino
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