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Por João César de Melo, publicado pelo Instituto Liberal

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Ignorando os alertas feitos por economistas, por aliados e pelo TCU, Dilma assinou a política econômica que causou um rombo de mais de R$ 170 bilhões, gerando a maior recessão da história, duplicando os índices de desemprego, fazendo até o número de pobres aumentar no Brasil. Apesar disso, assistimos todos os dias um exército de pessoas pedindo que Dilma volte à presidência.

No dia seguinte ao afastamento de Dilma, Nelson Motta escreveu no O Globo: “Será honesto mentir, esconder dívidas, prometer o que não poderia cumprir, acusar os adversários do que depois ela faria, permitir que uma organização criminosa tomasse a Petrobras e outras estatais para financiar um projeto de poder?”. Sim. Eleitores do PT, do PSOL, do PCdoB e da Rede acreditam que pelo simples fato de Dilma representar a extrema-esquerda, ela está acima de quaisquer julgamentos e críticas. Dilma tem o direito de mentir, fraudar e acolher corruptos aliados.

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Notícias apenas entre os dias 2 e 3 de junho:

1 – Em depoimento à justiça, o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró reafirma que Dilma, quando presidia o conselho administrativo da estatal, sabia de todos os detalhes da compra da refinaria de Pasadena. Sabia que o valor estava muito acima do mercado. Sabia dos esquemas de propina que o negócio viabilizaria.

2 – Documentos indicam que Dilma teve gastos pessoais pagos com dinheiro roubado da Petrobrás. Cabelereiro ao custo de R$ 5 mil por sessão, pago com dinheiro roubado.

3 – O empresário Marcelo Odebrecht afirmará, em depoimento de delação premiada, que Dilma em pessoa pediu a ele R$ 12 milhões “por fora” para sua campanha de 2014.

4 – Bené, o operador do PT, afirma que o então assessor direto de Dilma, Giles Azevedo, forjou contratos da Presidência da República para pagar contas do partido.

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Soma-se a isso as gravações das conversas de Delcídio do Amaral e de Aloisio Mercadante, ambos agindo em nome da presidente para obstruir a Lava Jato. Soma-se também as delações que afirmam que Dilma nomeou Marcelo Navarro como ministro do STJ com a missão de soltar Marcelo Odebrecht, evitando assim sua delação premiada. Anteontem, o executivo Zwi Skornicki, também em depoimento à justiça, afirmou que pagou R$ 4,5 milhões à campanha de Dilma em 2014, dinheiro de propina oriundo de contas na Suíça.

Nada disso sequer constrange os eleitores de partidos de extrema-esquerda − Dilma mentiu, mas é mulher; Dilma foi irresponsável, mas é guerreira; Dilma foi complacente com a corrupção; mas é comunista. Dilma é inocente e ponto final.

Foram centenas de milhões de reais desviados da Petrobrás para bancar as campanhas de Dilma. Quem se importa?

Antes de ser afastada, Dilma cortou verbas de programas sociais, da saúde, da educação e da Polícia Federal, mas o que se escuta é: “Temer está destruindo os avanços sociais promovidos pelo PT, está acabando com a educação, com a saúde e até com a Lava Jato. Fora Temer!”.

Três delatores diferentes informaram em depoimento que Dilma nomeou Marcelo Navarro para o STJ com o objetivo de mandar soltar Marcelo Odebrecht, mas o que se escuta? “Fora Temer! Fora Temer! Fora Temer!”.

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Desde o afastamento de Dilma, toda manifestação, sobre qualquer assunto, leva consigo os gritos de “Fora Temer”.

Dois dias atrás, os professores da UNB aprovaram um indicativo de greve dizendo que só voltarão a trabalhar quando Dilma voltar à presidência.

A economia foi dilapidada ao longo de 13 anos sob total complacência dos eleitores de partidos de extrema-esquerda, mas essas mesmas pessoas condenam Michel Temer − que ainda não completou um mês no cargo − por não ter resolvido todos os problemas do Brasil de forma imediata e indolor.

Depois de 13 anos de tantos absurdos, muitas pessoas ainda defendem Lula e Dilma por livre e espontânea vontade.

Qual o nome disso? Doença? Perversão?

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O atual momento brasileiro comprova definitivamente a razão de a esquerda sempre ser a pior alternativa. Quanto mais à esquerda é um governo, maior será o exército de militantes prontos para defendê-lo, a despeito de qualquer absurdo que cometa. O país pode desmoronar, as pessoas podem ser reduzidas à miséria, que a grande maioria dos artistas, dos estudantes, dos sindicalistas e dos intelectuais estarão firmes e fortes em defesa do governo socialista. Seja lá o que um governo socialista faça de errado, a grande mídia sempre terá extrema cuidado ao criticá-lo.

Os venezuelanos estão passando fome, sofrendo com falta de energia e com a epidemia de sarna que se alastra por falta de produtos de higiene pessoal. A despeito disso, Nicolás Maduro conta com um exército de militantes profissionais e voluntários fazendo plantão em sua defesa. Indiferente ao sofrimento da população, a quase totalidade dos jornais mais importantes do mundo ainda reluta em dizer com clareza e objetividade que o socialismo destruiu a Venezuela.

O Brasil estava ótimo até o dia 12 de maio de 2016. Então as elites deram um golpe, depuseram a presidenta eleita democraticamente e destruíram todos os avanços sociais, levando milhões de brasileiros ao desemprego, à fome e o Brasil a maior crise econômica de sua história.

Eis a narrativa que ouviremos pelos próximos 50 anos.

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