Por Roberto Rachewsky, publicado pelo Instituto Liberal
Em Davos, Bolsonaro cumpriu a ordem do dia. Foi curto e grosso, no bom sentido. Quem o conhece sabe, aquilo é o que Bolsonaro tem para oferecer. Me surpreenderia se ele tivesse abordado os temas de forma mais ampla e mais detalhada.
É claro que o teleprompter poderia ter sido alimentado de forma mais generosa, permitindo ao presidente oferecer ao público interessado mais informações do que acabou entregando. Eu acho que foi uma boa apresentação, considerando as limitações do presidente. Pelo menos ele não quis parecer quem ele não é.
Bolsonaro não tem o preparo de nenhum de seu principais assessores. Gal. Mourão, Gal. Heleno, Sergio Moro e Paulo Guedes falam pelos cotovelos sobre qualquer assunto com firmeza, sem precisar de teleprompter.
Bolsonaro nem tem vocabulário para tal. Um presidente não precisa saber, precisa entender o que seus assessores sabem. Quem se importa com o que Bolsonaro diz? Eu me importo com o que o seu governo fará.
Bolsonaro tem capacidade cognitiva suficiente para entender o que lhe apresentarem, basta ele se dar tempo para ouvir e refletir.
Seu problema recorrente advém do fato de que ele carrega na sua consciência certos dogmas que ele prefere obedecer, porque coloca sua fé acima da própria razão.
Pior que isso seria se ele não tivesse ganho a eleição nos brindando com a continuidade de um governo formado dos piores psicóticos e psicopatas que já assumiram o poder coercitivo do estado.
Não esqueçam que esses que nos governaram nos empurraram para o abismo apenas porque eles têm fixação com abismos.
Ouvir o som dos corpos batendo no fundo do precipício lhes dá prazer. O eco lhes dá prazer em dobro.