O Brasil é mesmo uma república sindical, que confunde “direitos legais” com “conquistas sociais” e acha que basta o governo colocar no papel coisas lindas que elas se materializam. Não questiona por que trabalhadores americanos, por exemplo, gozam de condições bem melhores do que os brasileiros, “apesar” de possuírem bem menos direitos trabalhistas.
O governo de transição, tendo que fazer reformas necessárias para que o país não afunde de vez depois das trapalhadas petistas, apresentou uma acanhada proposta de flexibilização trabalhista. Nada demais, nada perto do que precisamos, nada que detone com a ultrapassada CLT, inspirada no fascismo.
Mas o que faz o Ministério Público do Trabalho? Usa recursos públicos, ou seja, dos nossos impostos, para criar quadrinhos em defesa da CLT e contra a reforma trabalhista! Isso mesmo! Aqui temos o site do MPT com seus incríveis quadrinhos, tentando concorrer com a Marvel. E aqui uma palhinha do conteúdo específico sobre a reforma trabalhista:
Esses quadrinhos poderiam ter sido escritos pelo PCdoB, pelo PT, pelo DCE de alguma faculdade de Humanas, mas foi tudo feito pelo Ministério Público do Trabalho mesmo, e com recursos públicos. Será que faz diferença? É um absurdo! O Brasil cansa, e muito. É dominado pelo atraso, por sindicalistas e comunistas, por fascistas que idolatram Mussolini e o estado em vez de entender que é o livre mercado o melhor amigo do trabalhador.
A guerra é cultural. Textos com ótimos argumentos em defesa da flexibilização trabalhista são fundamentais, mas mergulhar na “imaginação moral” também, resgatar a ideia de que o empreendedor é o herói que cria riquezas e empregos é crucial, e fazer isso por meio da cultura pop, com filmes, novelas e sim, até quadrinhos, é uma missão da qual os liberais não podem fugir. A “concorrência” está aí, enganando os leigos, vendendo leis fascistas como “conquistas trabalhistas” em forma de historinhas “inocentes”.
Acorda, Brasil!
Rodrigo Constantino